São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994
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Ministro só deixa governo se indicar sucessor

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, não abre mão da indicação do seu sucessor no ministério como uma das condições para deixar o cargo e se candidar à Presidência da República. O presidente do Banco Central, Pedro Malan, é o candidato de FHC para sucedê-lo na Fazenda. O ministro avalia que Malan garantiria a continuidade do plano econômico e um relacionamento cordial com o Planalto.O assessor especial da Fazenda, Edmar Bacha, principal colaborador de FHC, teria a aprovação de FHC se não enfrentasse dificuldades no trânsito com o Congresso e reunisse antipatias no governo, inclusive no Palácio do Planalto. Por isso mesmo, Bacha tem poucas chances de assumir o comando da Fazenda caso FHC deixe o cargo para concorrer às eleições presidenciais.O ministro do Meio Ambiente, Rubens Ricúpero, tem seu nome frequentemente citado no grupo palaciano como o candidato ideal para substituir FHC. Diplomata respeitado na comunidade internacional e sem vinculações políticas são as principais qualidades atribuídas por assessores diretos do presidente Itamar a Ricúpero. Este, contudo, tende a não aceitar um eventual convite para substituir FHC.O secretário da Receita Federal, Osiris Lopes Filho, chegou a ter seu nome cogitado no Planalto para substituir FHC. O secretário-geral da Presidência da República, Mauro Durante, é o principal defensor do nome de Osiris. FHC considera que a indicação de Osiris comprometeria o plano de estabilização em função das suas divergências com o restante da equipe econômica.O secretário-executivo da Fazenda, Cóvis Carvalho, também aderiu ao grupo dos candidatos a suceder FHC. Enérgico e colecionador de atritos com os integrantes da equipe econômica, Carvalho tem a vantagem de conhecer a administração pública. Até agora, seu nome é indiferente para o Planalto. (Sônia Mossri)

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