São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994
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Passarinho diz que renúncia é 'elogio' à CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O senador Jarbas Passarinho (PPR-PA), que presidiu a CPI do Orçamento, considerou a renúncia dos acusados como um "elogio" às investigações. "A renúncia, antes do julgamento, é o maior elogio à CPI". Passarinho acha que os acusados estavam sem argumentos para se defender. "O relatório final foi tão correto que os advogados não conseguiram defendê-los e sugeriram a renúncia para evitar as penas acessórias como a inelegibilidade".
A notícia da renúncia de mais três deputados acusados de envolvimento no escândalo do Orçamento, ontem pela manhã, acabou sendo um dos pratos principais do café-da-manhã na casa do presidente do Congresso, senador Humberto Lucena (PMDB-PB). Estavam lá o presidente da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE), os líderes dos maiores partidos e os líderes do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), e na Câmara, Luis Carlos Santos (PMDB-SP).
Para Inocêncio Oliveira, "o Congresso atingiu seu objetivo: não tem mais a presença deles". Lucena defendeu o direito do parlamentar renunciar, já que trata-se de "ato unilateral". Disse que o gesto é "uma espécie de auto-punição", ou seja, "a pessoa reconhece que não tem como prosseguir nas atividades parlamentares".
Inocêncio Oliveira afirmou que dois deles, mesmo tendo renunciados, não poderão ser eleitos nas próximas eleições, porque estão sem partido : João Alves, expulso do PPR, e Genebaldo Correia, que, segundo ele, desligou-se do PMDB na segunda-feira passada.
O líder do PPR no Senado, Epitácio Cafeteira (MA), afirmou que se os dois outros deputados do partido envolvidos no escândalo, João de Deus Antunes (RS) e Daniel Silva (MA), renunciarem aos mandatos antes da punição, também podem ser expulsos.
No Rio, o ministro da Marinha, Ivan Serpa, classificou as renúncias como "decisões legais", mas avaliou que "eles (os deputados) se autocassaram" e ainda "são puníveis pela Justiça".

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