São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994
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Alemanha e Itália jogam clássico europeu

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Também a Europa realiza hoje o principal dos seus clássicos inter-seleções, o grande combate entre a Alemanha e a Itália, as maiores forças na história do futebol do Velho Continente. O jogo acontece no esplêndido Neckarstadion de Stuttgart, 72.200 lugares, provavelmente todos ocupados. Representa um teste fundamental na fase de preparação das duas equipes, inscritas entre as favoritas da Copa dos EUA/94.
No passado e nas estatísticas do confronto, a Itália leva boa vantagem. Já enfrentou a Alemanha em 23 ocasiões –ganhou 11 partidas, empatou sete e perdeu apenas cinco. Anotou 36 tentos e concedeu 28. No departamento do Mundial, aliás, a Itália jamais perdeu da Alemanha. No Chile/62, houve uma igualdade em 0 a 0. No México/70, numa inesquecível semifinal com prorrogação, a Itália venceu de 4 a 3. Na Argentina/78, houve um outro placar em 0 a 0. Na decisão da Espanha/82, a Itália venceu de 3 a 1. A Itália não tomba diante da Alemanha desde 1986.
Tal balanço, de todo modo, não significa que, agora, a Itália possa repetir as amostras positivas da sua melhor tradição. Efetivamente, no momento, a Alemanha ostenta um time e um sistema capazes de uma real vingança.
Com um elenco quase fechado de 23 atletas, o seu treinador, Berti Vogts convocou 18 para o prélio de Stuttgart, sem o menor problema de cansaço ou de contusão. Pelo contrário, decidiu ampliar as chances de alguns astros mais experientes, que pareciam descartados, como os zagueiros Berthold e Brehme. Dos 23 escolhidos pelo treinador, exatos nove já vestiram a camisa de algum clube da Bota. Esta será a partida de número 604 da seleção alemã desde 1908. No total, foram 341 vitórias, 116 empates e 146 fracassos.
No comando da "Azzurra", o mister Arrigo Sacchi sucumbiu à pressão dos fatos, da imprensa e da torcida e chamou de novo o meia Zola, por ele esquecido faz mais de ano, além de ressuscitar o atacante Massaro, campeão na Espanha/82, depois relegado por Enzo Bearzot e Azeglio Vicini –e nunca lembrado pelo atual treinador. Massaro se tornou o 69º atleta nas várias listas de Sacchi e, rapidamente, conquistou uma posição no quadro titular. Sacchi pretende utilizar Massaro ao lado de Roberto Baggio, caso o capitão da Juventus de Turim se recupere de uma contusão no joelho destro.

ALEMANHA
Illgner; Berthold, Kohler, Buchwald e Brehme; Matthaeus, Haessler, Ziege e Effenberg; Kirsten e Klinsmann (Moeller). Técnico - Berti Vogts

ITÁLIA
Pagliuca; Benarrivo, Costacurta, Baresi e Maldini; Donadoni, Albertini e Dino Baggio; Massaro, Roberto Baggio (Zola) e Signori. Técnico - Arrigo Sacchi

Local
Stuttgart (Alemanha)

Juiz
James McCluskey (Escócia)

Horário
16h30

NA TV
Gols nos telejornais noturnos

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