São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994
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Basile teme calor e pouco entrosamento da Argentina

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O técnico da seleção argentina, Alfio Basile, acha que a maior dificuldade que poderá encontrar no jogo de hoje à noite contra o Brasil, em Recife (PE), é a falta de entrosamento do time. "Sem dúvida, é um risco que vamos correr", afirmou.
Entre os jogadores, porém, a reclamação era quanto ao calor. "Estou bem tecnicamente, mas é muito quente aqui", disse Batistuta, ídolo da Fiorentina, time italiano onde já jogou Sócrates, irmão de Raí.
"Os jogadores estão sentindo", disse Basile. Às 11h30, a temperatura era de aproximadamente 35 graus Celsius. O técnico não forçou os jogadores no treino. Reuniu o grupo no meio de campo e, após um aquecimento, passou a ensaiar jogadas de ataque e defesa, utilizando apenas metade do gramado.
Congestionando a intermediária com quatro ou até cinco jogadores, Basile exigiu rapidez na saída de bolas. O volante Redondo organizava quase todas as jogadas. Batistuta, atuando pela esquerda, recolhia as sobras de bola. Em 20 minutos, ele chutou duas vezes ao gol e marcou uma.
Simeone e Léo Rodrigues deverão se movimentar muito no meio de campo, abrindo espaço para Batistuta, pela esquerda, e Garcia, pela direita. No treino de ontem, o técnico Alfio Basile exigiu por diversas vezes marcação cerrada, por zona, a partir da intermediária. Simeone, infiltrado pela esquerda, finalizou as sobras de bola. Na lateral esquerda, Chamot poderá ter liberdade para subir ao ataque, na tentativa de limitar os avanços de Jorginho.
Basile fez segredo da escalação. Só confirmou que Maradona, que não acompanhou a delegação, não entra em campo hoje. A presença do argentino em Recife era dúvida até o início da tarde de ontem.
Segundo o diretor administrativo da delegação, Rubén Moschella, Maradona estava sendo submetido a um intenso programa de recuperação física em Buenos Aires e a expectativa era de que ele se integrasse ao grupo apenas no final da noite de ontem.
Além de Maradona, a ausência de Romário também era sempre lembrada ao técnico argentino. Irritado com as perguntas sobre o brasileiro, Basile disse que não ficou contente com a ausência do jogador na partida e que quem deveria responder sobre o assunto era Parreira.
Sobre a seleção brasileira, Basile disse que a respeita por conhecer "sua história e os jogadores". "Mas não temos que olhar para o time adversário. Temos é que jogar", afirmou o treinador. "Admiração eu deixo por conta da torcida do Brasil."(Fábio Guibu)

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