São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Congresso pede que imprensa não faça intriga

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os presidentes do Senado e da Câmara fizeram ontem um apelo para que a imprensa "não fique jogando" os três Poderes –Executivo, Legislativo e Judiciário– um contra o outro.
"Estou preocupado com o momento que vivemos. Queria fazer um apelo à imprensa para amenizar o máximo possível o noticiário. Esse impasse não interessa a ninguém", disse o presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE).
Em seguida, Inocêncio completou dizendo que não estava "cerceando o trabalho da imprensa".
Segundo ele, os jornais escritos estão tratando a crise entre os poderes sem uma limitação, "uma ponderação". Inocêncio afirmou que as emissoras de TV têm tratado o assunto com mais cuidado.
A conversa foi feita com um grupo de jornalistas de jornais escritos no plenário da Câmara, após o encerramento da sessão do Congresso que decidiu não conceder o aumento aos parlamentares.
Lucena
O senador Humberto Lucena, por sua vez, divulgou nota oficial afirmando que "cabe à imprensa, na sua ação fiscalizadora, conforme o caso, criticar ou aplaudir os atos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. (...) Não é, porém, correto o uso dos meios de comunicação para acirrar animosidades que possam comprometer as instituições".
O próprio Humberto Lucena, porém, não agiu ontem em favor da conciliação. Ele não quis participar da reunião dos líderes com o presidente Itamar e o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
"Omissão"
O motivo alegado por Lucena foi que ele não poderia se ausentar da sessão do Congresso revisor para não ser acusado de "omisso".
Inocêncio esteve presente na reunião com Itamar. No início da noite ele afirmou que não queria mais falar sobre a crise dos poderes.

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