São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 1994
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Queda de avião mata 75 na Sibéria

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Todos os 75 passageiros que viajavam a bordo de um Airbus da companhia russa Aeroflot morreram quando o avião caiu nas montanhas próximas a Novokuznetsk (3.750 km a leste de Moscou), na Sibéria, abrindo uma clareira de 80 metros na floresta.
O aparelho voava entre Moscou e Hong Kong quando desapareceu de repente das telas do radar da companhia às 23h49 (14h49 de Brasília) de anteontem, depois de quatro horas de vôo.
Ainda não existem pistas da causa do acidente. Equipes de resgate, que só conseguiram chegar ao local de helicóptero ou de esqui, encontraram destroços do avião e nenhum sobrevivente, segundo o Ministério da Defesa. As buscas foram suspensas no início da noite de ontem.
Imagens de uma emissora de TV russa mostraram a área, coberta por destroços e objetos pessoais das vítimas. Vários corpos podiam ser vistos sobre a neve.
Um alto funcionário do Ministério dos Transportes disse à TV que o acidente só pode ter acontecido por causa de uma despressurização súbita devida a uma possível explosão a bordo ou a uma colisão com um objeto fora do avião.
"Especialistas consideram altamente suspeito o silêncio da tripulação por 19 minutos quando o avião caiu vertiginosamente de uma altura de mais de 10 mil metros", disse a emissora.
O chefe do sistema de controle de tráfico aéreo da Rússia, Dimitri Polkanov, descartou a possibilidade de uma bomba ter causado o acidente. "Nossa primeira suposição é um defeito no sistema do avião ", disse.
Segundo Alexander Banov, funcionário do comitê de Situações de Emergência, as causas do acidente só serão conhecidas dentro de dez dias, quando terminarem os trabalhos da equipe de investigação.
Foi o segundo desastre aéreo do ano na região siberiana. No dia 3 de janeiro, a queda de um Tupolev Tu-154 de uma companhia doméstica deixou 120 mortos. Foi também o primeiro desastre da Aeroflot em linhas internacionais desde 1986, quando 70 pessoas morreram na queda de um avião em Berlim. A tragédia reacendeu temores sobre a segurança aérea na Rússia. O controle da segurança no aeroporto internacional de Moscou foi mais rigoroso ontem.
A Airbus Industrie, consórcio que construiu o avião, disse ontem na França que vai enviar uma equipe de escpecialistas à Sibéria para investigar o acidente. Dentro do Airbus, com capacidade para 185 pessoas, viajavam 17 chineses, 4 britânicos, 1 norte-americano e 1 indiano.

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