São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Ministro autoriza Jereissatti a negociar apoio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da crise entre o governo e os poderes Legislativo e Judiciário, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, autorizou ontem o presidente do PSDB, Tasso Jereissatti, a articular um movimento de sustentação à sua saída do ministério para concorrer à sucessão presidencial.
Tasso começou a articulação pelo PFL. Ontem, depois de almoçar com FHC, comunicou ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen, a disposição do PSDB em fechar a aliança entre os dois partidos.
Tasso e Bornhausen combinaram começar a discutir o programa conjunto da chapa logo depois de FHC comunicar formalmente ao presidente Itamar Franco sua decisão de deixar o cargo.
Anteontem, o próprio FHC, em almoço com Bornhausen e os líderes do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA), e no Senado, Marco Maciel (PE), disse que ainda não tinha tido uma conversa "a sós e definitiva" com Itamar sobre sua saída.
No almoço, Bornhausen insistiu que não abre mão da indicação do candidato a vice na chapa. Tanto Maciel como Luís Eduardo estão cotados.
Depois da conversa de ontem entre Tasso e Bornhausen, Maciel passou a defender abertamente a saída de FHC do ministério.
"A crise entre os poderes não impede a saída do ministro. Não pode forçar qualquer ligação entre as duas coisas", afirmou.
Na avaliação do PFL a crise será solucionada pelo Congresso independentemente de Itamar, através de um projeto de lei ou de um decreto legislativo mediando o impasse entre Executivo e Judiciário.
Tasso usou como argumento, na conversa com FHC, que a crise, ao contrário do que se especula, até o força a lançar a candidatura.
Na avaliação do presidente do PSDB, a crise só pode ser solucionada pelo Congresso, que também é quem poderá dar sustentação ao plano econômico.

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