São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Sequestradores libertam estudante

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O universitário Bernardo Penalva Carvalho, 18, foi libertado anteontem à noite depois de passar 17 dias em cativeiro. Dois suspeitos pelo sequestro foram presos: o motorista da família, Armando Reis de Oliveira, 33, e sua cunhada Arlene Ferreira Faria.
Segundo a polícia, a família não chegou a pagar o resgate de US$ 5 milhões pedido pelos sequestradores. A polícia informou que o motorista Armando Oliveira confessou ter planejado o sequestro, junto com sua cunhada dele e pelo menos mais oito pessoas.
Todas já foram identificadas e estão sendo procuradas. Arlene Ferreira seria namorada de Marco Antônio dos Santos, o "Fofão", apontado como líder do tráfico de drogas no morro da Mineira (no Estácio, zona norte) e que teria comandado o sequestro.
Os sequestradores decidiram libertar Bernardo, segundo a polícia, porque já sabiam que o motorista havia confessado o crime. Os policiais contaram que chegaram a ser levados por Arlene a um falso cativeiro, segundo eles, "para que os sequestradores pudessem ganhar tempo".
Bernardo foi abandonado pelos sequestradores na Grota Funda, no Recreio dos Bandeirantes (zona sul), por volta das 20h30 de quarta-feira. De lá, ele manteve contato com a Divisão Anti-Sequestro (na Barra da Tijuca, zona sul) e encontrou a família uma hora depois.
Bernardo Penalva Carvalho, filho do diretor do Banco Cambial Fernando Penalva Carvalho, foi sequestrado por volta das 7h, no último dia 9, na rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras (zona sul), a 500 metros do Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
Ele ia para a faculdade no seu carro, dirigido por Armando Oliveira. Seis homens armados com fuzis AR-15 desceram de dois carros Tempra, fecharam a rua e o sequestraram.
A polícia começou a desconfiar da participação do motorista Armando Oliveira quando ele foi chamado a depor. Segundo a polícia, ele caiu em contradição e descreveu os sequestradores completamente diferente do depoimento de outras testemunhas.
O pai de Bernardo, Fernando Penalva Carvalho, disse que, após o sequestro, o comportamento do motorista mudou. Armando Oliveira e Arlene Ferreira estão presos na DAS, e tiveram a prisão provisória pedida à Justiça.

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