São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Pra Frente Brasil' abre ciclo sobre 1964

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Ciclo: 1964: 30 Anos
Onde: Espaço Banco Nacional de Cinema - Sala 3 (r. Augusta, 1.475, Cerqueira Cesar)
Quando: de hoje a 31 de março, às 21h30.
Filmes: hoje: "Pra Frente Brasil"; amanhã, "Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia"; dia 27, "Nunca Fomos Tão Felizes"; dia 28, "O Desafio"; dia 29, "Que Bom Te Ver Viva"; dia 30, "Cabra Marcado para Morrer"; dia 31, "Jango"

Começa hoje no Espaço Banco Nacional de Cinema o ciclo "1964: 30 Anos", promovido pela Folha. São sete filmes que abordam aspectos diversos do regime militar iniciado em 1964. Os leitores que apresentarem na bilheteria o cupom de desconto da Folha terão abatimento de 50% no ingresso. O cupom será publicado diariamente no jornal.
O primeiro filme da mostra é "Pra Frente Brasil", realizado em 1983 por Roberto Farias, com Reginaldo Faria, Antônio Fagundes, Cláudio Marzo e Natália do Valle no elenco.
O enredo cruza dois acontecimentos: a disputa da Copa do Mundo de 1970 e a prisão, por engano, de um cidadão comum acusado de subversivo. Farias buscava uma dramaturgia para grande público (e conseguiu: o filme fez sucesso) para demonstrar o perigo das situações de exceção.
Para isso, voltava na história a 1970, momento contraditório na história do regime militar. Havia euforia pelo desenvolvimento econômico, duplicada pela conquista da Copa. Os dois fatos, somados, criavam a idéia de um país que se tornara vencedor.
Ao mesmo tempo, o governo Médici chegava ao auge da repressão política. O filme de Farias dirige-se, sobretudo, a um público que parecia ignorar a natureza da repressão e suas consequências, em vista dos êxitos do chamado "milagre econômico".
"Pra Frente Brasil" foi produzido num momento em que a autonomia do aparato repressivo já havia sido parcialmente contida. Mas nem tudo eram flores. O filme determinou a queda de um diretor-geral da Embrafilme, empenhado em levar a produção até o final: era Celso Amorim, atual ministro das Relações Exteriores.(IA)

Texto Anterior: Bethânia canta sob a direção de Villela
Próximo Texto: Caverna Bugre atrai com pratos insólitos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.