São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Apoio a Clinton cai 11 pontos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Apoio a Clinton cai 11 pontos
Caso Whitewater derruba apoio ao presidente norte-americano, que se explica em entrevista
Pesquisa de opinião pública divulgada ontem pelo jornal "The Washington Post" mostra que a taxa de aprovação ao governo do presidente Bill Clinton caiu para 47%, 11 pontos percentuais a menos do que há um mês.
A razão para o declínio é o caso Whitewater, como é chamada uma série de acusações contra Clinton e sua mulher referentes a negócios financeiros do casal nos anos 80 no Estado de Arkansas, região sudoeste do país.
Um dos mais respeitados congressistas dos EUA, Jim Leach, do Partido Republicano, de oposição, fez ontem na Câmara o mais forte discurso parlamentar até agora sobre o caso contra o presidente.
Leach, 52, representante do Estado de Iowa na Câmara desde 1976, acusou a Casa Branca de hipocrisia e de realizar "esforço fraudulento"' para esconder fatos do público norte-americano.
Entrevista coletiva
Clinton se preparou durante toda a tarde para entrevista coletiva ontem às 19h30 locais (21h30 em Brasília), na qual tentaria esclarecer dúvidas sobre seu envolvimento em ilegalidades.
O líder da oposição, senador Bob Dole, prevê para o dia 1º de maio o início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar o caso Whitewater.
Em Washington, um dos mais próximos assessores de Clinton, George Stephanopoulos, prestou depoimento durante uma hora a júri federal sobre possível tentativa da Casa Branca de obstruir a ação da Justiça no caso.
Stephanopoulos se recusou a comentar seu testemunho com jornalistas. A sessão com o júri foi secreta.
O promotor especial do caso, Robert Fiske, intimou oito auxiliares de Bill e Hillary Clinton para deporem.
Cocaína
Fiske vai ampliar sua investigação para incluir também as relações entre Clinton, quando governador de Arkansas, e o corretor de valores Don Lasater, condenado em 1986 a 30 meses de prisão por tráfico de cocaína.
Lasater foi um dos melhores cabos eleitorais na campanha de Clinton para a reeleição como governador em 1984.
Em 1985, ganhou do governo de Arkansas contrato no valor de US$ 30 milhões para comprar parquímetros.
Os negócios de Lasater durante o tempo em que passou preso foram gerenciados por Patsy Thomasson, hoje uma das mais íntimas assessoras de Hillary Clinton.

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