São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Calheiros temia condenação

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Luis Calheiros era uma das peças fundamentais no inquérito que apura a atuação do esquema PC no Ministério da Saúde. Temia ser condenado.
Esse caso é considerado pela PF como o mais evidente em mostrar a rede de corrupção e tráfico de influência do governo Collor.
Calheiros, que morava em Salvador, teria atuado em conjunto com PC na compra de 735 veículos do governo federal.
Os carros, que seriam utilizados para o combate à dengue, foram adquiridos numa empresa do próprio Calheiros, a União Veículos.
Dificilmente, segundo a PF, o empresário escaparia de uma condenação por causa das ligações com a rede montada por PC.
A primeira denúncia contra ele foi feita pelo empresário paulista Takeshi Imai, em 92.
Luis Calheiros tinha muito prestígio entre os membros da chamada "República de Alagoas".
Ele ajudou na arrecadação de recursos e montou um esquema de transportes de eleitores de Collor na Bahia –esse serviço foi considerado fundamental na decisão das eleições no Estado.
Além de trânsito livre em qualquer gabinete do governo federal, Calheiros ganhou também –em troca do seu trabalho– o direito de indicar vários funcionários para a equipe de Collor.

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