São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Moura contesta lucro com telão

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Masp, Hélio Dias de Moura, não só rebateu as acusações de Magalhães, mas também devolveu algumas. Disse que, ao contrário do que Magalhães afirmava, o telão que será instalado ao lado do Masp por uma empresa coreana não vai render US$ 1,2 milhão por ano ao museu.
Franceschi enviou à Folha por fax o termo de intenções assinado por Edmundo Monteiro, ex-presidente do Masp, e a empresa Rainbow Vision, em 3 de maio de 1993. Segundo o termo, o aluguel mensal do telão, depois de uma carência de nove meses, será de US$ 30 mil até o 15º mês, de US$ 50 mil do 16º ao 19º, de US$ 60 mil no 20º e 21º. E, só a partir do 22º mês, o valor do aluguel atinge os US$ 100 mil.
Moura diz confiar no telão para "sanar as finanças do museu", mas não soube informar sobre o andamento do projeto. A Folha apurou que o projeto já foi aprovado por todos os órgãos da prefeitura, mas depende da aprovação de uma lei do vereador Antonio Caruso (PMDB) –que deve ser votada dentro de três meses– para ser implantado. Como prédios da prefeitura não podem receber propaganda, a lei quer abrir a exceção para os cedidos em comodato (empréstimo gratuito) –caso do Masp.
Moura disse que não confia só no telão para que o museu –cujo gasto anual é de US$ 1 milhão– melhore sua situação financeira. O Masp pretende lançar campanha para obtenção de patrocínio, possivelmente sob coordenação do conselheiro Roberto Muylaert.
Magalhães disse ontem à Folha que divulgou que o telão iria render US$ 100 mil mensais "porque estava em campanha por ele" e que, se o presidente e os diretores atuais quisessem, "poderiam ter interpelado" na época. (DP)

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