São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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Jardins e Higienópolis concentram hassídicos

DA REPORTAGEM LOCAL

Membros da comunidade hassídica estimam que sejam cerca de 2.500 os seguidores dessa linha ortodoxa da religião judaica em São Paulo.
Isaac Michaan, rabino da Congregação Monte Sinai e diretor da Kolel Torah Temimá, uma das organizações hassídicas (existem outras, como o Beit Chabad, por exemplo), diz que há ainda mais cerca de 7.000 simpatizantes da tendência na cidade.
Principalmente aos sábados, eles podem ser vistos com seus trajes tradicionais (veja quadro abaixo) pelas ruas dos Jardins (zona sul), Higienópolis e Bom Retiro (zona central). Os bairros concentram sinagogas e serviços dirigidos à comunidade (veja texto ao lado).
Os hassídicos, como todos os judeus ortodoxos, seguem os preceitos da "kashrut", série de normas alimentares, higiênicas e de saúde baseadas na lei judaica, muitas delas definidas no "Levítico", livro do Antigo Testamento.
O movimento hassídico surgiu na Polônia, no século 18, como uma espécie de revolta contra as elites intelectuais e econômicas da comunidade da época.
A princípio era anti-intelectual e de uma religiosidade mística e emocional, tendências que permaneceram. Ainda assim, o sentimento religioso -piedade- e o ascetismo são característicos do hassidismo.
"Pessach" hassídico
O Motel Malowany, rabino do Kolel, diz que não existem diferenças entre as cerimônias de "pessach" -"seder"- ortodoxas e de outras tendências. "Nós nos apegamos às origens e seguimos à risca o ritual".
O rabino Michaan diz que reúne sua família (seus pais, mulher e nove filhos, "por enquanto") e mais convidados para um "seder" que começa por volta das 19h e vai até as 3h da manhã. Em famílias não praticantes, a cerimônia em geral dura de 3 a 4 horas.
Michaan diz que sempre convida pessoas que estejam afastadas da "tradição" para o seu "seider". Deixar as portas abertas para pessoas mais pobres ou não tão próximas é uma "mitzvah" -uma espécie de obrigação religiosa.

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