São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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PMs e guardas civis entram em atrito pelo segundo dia consecutivo

DA REPORTAGEM LOCAL

A PM e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) voltaram a entrar em atrito ontem em São Paulo. O tenente-coronel Edmundo Franco e sete de seus homens teriam cercado um carro da Romu (Ronda Municipal da GCM) na rua Pedro Pomar, Vila Penteado (zona norte). O objetivo seria intimidar os guardas civis a fim de impedir que eles trabalhassem no bairro.
Franco comanda o 18º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento em parte da zona norte. O guarda civil Mário dos Santos Benedito, 32, disse que estava indo para a escola municipal Caio Graco da Silva Prado em um carro da Romu, quando percebeu que estava sendo seguido por um carro da PM. Com Benedito, estavam outros três guardas civis.
Os guardas pararam em frente da escola e desceram da Veraneio da GCM. O carro da PM parou atrás. Segundo o guarda, o tenente-coronel desceu do carro e apontou uma espingarda calibre 12 para os guardas. O oficial teria perguntado aos guardas o que eles estavam fazendo no bairro e mandado que eles se retirassem da Vila Penteado. "Não quero vocês aqui", teria dito o oficial.
No momento da saída do carro da Romu, três outros carros da PM já haviam chegado na escola. Os guardas foram ao 72º DP, onde acusaram o tenente-coronel de ameaçá-los. O aspirante a oficial da PM Alessandro da Silva, 22, disse na delegacia que os PMs só queriam saber o que a guarda fazia no bairro e desmentiu a ameaça.
Na tarde de ontem, o vereador Odilon Guedes (PT), enviou ofício à prefeitura a fim de que o comandante da GCM, coronel Luis Gonzaga de Oliveira, seja afastado do cargo. Anteontem, um confronto entre a PM e a GCM deixou dez feridos na zona norte.

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