São Paulo, sábado, 26 de março de 1994 |
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Consumidor adere ao crediário em URV
FÁTIMA FERNANDES
No Mappin, por exemplo, a procura pelo crediário cresceu 10% em uma semana. Do faturamento total da empresa, as vendas a prazo já representam entre 22% e 23%. Por vários anos, com a aceleração da inflação, este percentual não passava de 20%. "O cliente começa a entender o plano de estabilização da economia do ministro Fernando Henrique Cardoso", afirma Sérgio Orciuolo, diretor de comunicação e promoção. O crediário do Mappin –todo indexado à URV– vai de três a até dez prestações. As taxas de juros variam de 0,75% a 4% ao mês. A empresa trabalha com o sistema de dois cheques para pagamento em duas vezes das mercadorias, neste caso utilizando cruzeiros reais. Para Orciuolo, a partir de abril, a procura pelo crediário cresce muito mais fortemente. "O consumidor vai estar mais íntimo com a URV. Vai poder comparar mais facilmente o seu salário com as prestações." A Casas Bahia trabalha com esta mesma expectativa. "A tendência é a de o crediário ir pegando força dia-a-dia, especialmente depois que a nova moeda -o real– for lançada no mercado", diz Michael Klein, diretor. Ele conta que nos três primeiros dias do lançamento do seu crediário em URV –dias 15, 16 e 17 de março–, do total das vendas a crédito, 5% estavam indexadas à URV. Hoje, este percentual já subiu para 33%. No último dia 21, a Casas Bahia vendeu 6.256 produtos pelo sistema de crediário –2.690 deles estavam financiados em URV. Queda No levantamento da Associação Comercial de São Paulo, no entanto, a procura pelo crediário caiu depois do plano do ministro Fernando Henrique. Do dia 1.º ao dia 14 deste mês, a média diária de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), termômetro das vendas a prazo no comércio, foi de 20.368. Do dia 15 até ontem, estava em torno de 19.546. Uma queda, portanto, de 4%. No Telecheque, que dá uma idéia das vendas à vista, também houve queda na média diária de consultas quando se comparam os mesmos períodos –a queda é de 30.359 para 28.091 consultas. "É que estes são períodos em que o consumidor fica bastante confuso. Mas não há dúvida de que a venda pelo crediário vai engrenar daqui para frente", afirma Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia da associação. Ele conta que a associação fez uma pesquisa com um grupo de 20 empresas para ter uma idéia da adaptação da URV pelo comércio. "O que detectamos é que continuam difíceis as negociações entre o comércio e a indústria", diz Solimeo. Segundo ele, a taxa de juros incidente nos contratos em URV é a principal tema de discussão entre os empresários antes de fechar negócios. Em seguida vêm os descontos que devem ser praticados nas tabelas de preços do mês passado. Texto Anterior: ICMS de carro ficará em 12% Próximo Texto: Lojas mantêm opção em CR$ Índice |
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