São Paulo, sábado, 26 de março de 1994
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IPC acelera e atinge 45,43% no Rio e SP

DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DO RIO

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) restrito registrou variação, no período de 23 de fevereiro a 22 de março, de 45,36% no Rio de Janeiro (alta de 1,68 ponto) e de 45,45% em São Paulo (0,37 ponto acima do período anterior).
A média do IPC restrito, que mede o custo de vida para famílias de um a oito salários mínimos, foi de 45,43% (0,77 ponto maior que entre 12 de fevereiro a 15 de março). Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.
O IPC amplo alcançou 44,58% de variação em São Paulo no mesmo período. No Rio, ficou em 44,12%. O resultado médio foi de 44,46%, contra 43,79% na pesquisa anterior (12 de fevereiro a 15 de março).
O IPC amplo mede a inflação para famílias com renda até 40 salários mínimos. As duas taxas foram maiores que na pesquisa anterior. Em São Paulo a aceleração foi de 0,28 ponto percentual. No Rio, de 1,78 ponto.
Alimentação e bebidas puxaram a taxa, com 48,19% de variação média. Os cereais e leguminosas chegaram a subir 86,69%. Farinhas e massas aumentaram 48,71%. Legumes, 61%.
O item despesas pessoais subiu 41,25%, com os artigos de residência aumentando 41,81%. A alta no subitem saúde e cuidados pessoais foi de 45,22%.
Já transporte e comunicação aumentou 45,47%. Habitação subiu 45,72% e vestuário, 37,36%.
Aceleração
O secretário de Política Econômica do governo, Winston Fritsch, disse que está preocupado com a aceleração da inflação (seis pontos percentuais de fevereiro para março, medido pelo IBGE) ) porque "pode contaminar a nova moeda". Ele disse que uma inflação crescente na época de lançamento do real é ruim e que o governo espera "uma inflação muito baixa" na fase três do plano.
Fritsch afirmou que a variação inflacionária –"que nos preocupa muito"- é mais grave que o nível da inflação na fase atual do plano.
"Essa alta de preços era esperada. A inflação não vai cair muito agora", afirmou. Fritsch disse acreditar que a alta de fevereiro para março já começa a arrefecer.
Segundo Fritsch, o governo vai controlar a ameaça de inflação sobre o real através das políticas monetária, com controle de crédito e altas taxas de juros, e fiscal.

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