São Paulo, sábado, 26 de março de 1994 |
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Cineclube Elétrico será despejado em abril
EDUARDO SIMANTOB
O coordenador do Elétrico, Felipe Macedo, 41, diz que não vai recorrer da sentença. Fundador também dos extintos cineclubes Oscarito e Bexiga, Macedo atribui o fim da sala a problemas com distribuidores, concorrentes e ao prefeito Paulo Maluf. Inaugurado em janeiro de 1990, o Elétrico tornou-se logo uma sala concorrida para estréias de filmes de distribuição à margem do circuito comercial. Filmes como "Delicatessen" e "Tomates Verdes Fritos", entre outros, lançados pelo Elétrico, permaneceram por mais de 20 semanas em cartaz. Em 1991, a Câmara dos Vereadores aprovou um decreto que garantia ao imóvel o status de utilidade pública, dando aval para sua desapropriação. Com isso, o cineclube poderia incrementar suas atividades, liberado do ônus do aluguel, e o proprietário seria indenizado pela prefeitura. No entanto, a então prefeita Luiza Erundina não colocou a verba de desapropriação no orçamento de 92, passando a responsabilidade para seu sucessor, Paulo Maluf. Macedo diz que Maluf, quando tomou posse, garantiu a efetivação da sentença, mas em junho de 93 voltou atrás e a revogou. A partir daí, o proprietário entrou com uma ação de despejo na justiça em função do não pagamento do aluguel desde setembro de 92. A dívida até então era de cerca de US$ 89 mil. Uma quantia impossível de ser paga, segundo Macedo, já que com a abertura do Espaço Banco Nacional de Cinema, próximo ao Elétrico na mesma rua Augusta, a ABC (Associação Brasileira de Cinematografia), que congrega os distribuidores de filmes, decidiu que o cineclube apenas exibiria sobras. A dívida acumulada até hoje soma cerca de US$ 170 mil. O proprietário garantiu que não pretende alugar novamente o imóvel para cinema ou outra atividade do gênero e especula-se a instalação de uma faculdade no local. Texto Anterior: ENTRELINHAS Próximo Texto: Sala encerra cineclubismo Índice |
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