São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
Texto Anterior | Índice

Mais lojas aderem e vendas se recuperam

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais lojas aderem e vendas se recuperam
O volume de vendas com cartão de crédito está se recuperando da queda registrada na primeira semana de vigência da URV (Unidade Ral de Valor), segundo avaliação dos administradores.
Gil Moro, diretor de Marketing para Associados da American Express, atribui a reação ao aumento de número de filiados. "Se as vendas caíram na primeira semana de vigência das novas regras, a partir do dia 15 o volume de vendas gerado por novos filiados já compensa a queda", avalia Moro.
Lojas Arapuã, Casa Centro e companhias aéreas como Varig, Rio-Sul e Transbrasil são exemplos de empresas que passaram a utilizar o cartão de crédito.
A Abeccs (Associação Brasileira da Empresas de Cartão de Crédito e Serviços) ainda não dispõe de dados consolidados do mercado, mas seu presidente, Nilton Volpi, confirma que o aumento de filiados está influenciando o movimento de vendas com cartão.
"Apesar de haver queda no uso do cartão em alguns ramos, em outros houve aumento", explica Volpi.
Ele cita postos de gasolina, supermercados e lojas de peças para automóveis como exemplos de setores que voltaram ao sistema.
Embora sem dados fechados, também a Credicard confirma crescimento de filiações ao cartão. A empresa acredita que o número de filiados cresça 40% este ano.
Entre os que já assinaram contrato para utilização do Credicard estão Lojas Marisa, G. Aronson, rede Modelar, de Ribeirão Preto (SP), e Grupo Ipê, de Salvador. O Hospital Albert Einstein também já acertou utilização do cartão da empresa.
O presidente da Abeccs culpa a desinformação pela queda de vendas na primeira semana de vigência da URV. "Se antes os consumidores pagavam com cartão e viam descontados depois o mesmo número de cruzeiros reais, com a URV o número de cruzeiros reais crescerá", concorda Volpi. Mas lembra que antes o comércio embutia custos financeiros, "o que deixa de ocorrer", e que "muitas aplicações financeiras ainda rendem mais que a URV".
Com o surgimento do real, a nova moeda, Volpi avalia que esses equívocos desaparecerão.
Preço à vista
Outro problema de falta de informação, segundo Volpi, é a cobrança de preços diferentes para compra à vista e com cartão.
O presidente da Abeccs afirma que foram poucos os casos observados a partir do dia 15 e que, se ainda ocorrem, se devem a eventuais dificuldades de negociação entre comércio e indústria.

Texto Anterior: Antecipe os pagamentos e fuja do fundão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.