São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
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Fiesp negocia 'esqueleto' com prefeitura

PABLO PEREIRA
DA REDAÇÃO

Um acordo entre Fiesp, prefeitura e Anhembi pode dar desfecho a uma das mais complicadas e demoradas transações imobiliárias de São Paulo. Pivô de uma disputa judicial há seis anos, o prédio-esqueleto do Anhembi, na avenida Olavo Fontoura, ao lado da marginal do Tietê (zona norte), está sendo negociado e pode entrar na privatização da Anhembi, que está em processo de licitação.
"A bola está com a prefeitura", afirma o Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp/Ciesp, que comprou o prédio em 87 e até hoje não tomou posse. Moreira Ferreira diz que a negociação sobre o edifício está "adiantada" e que tem planos de transformar o "esqueleto" em um hotel, um flat ou escritórios, destinados a expositores que usam as dependências do pavilhão de exposições do Anhembi.
Mas segundo o presidente da Fiesp, o prédio deve, preferencialmente, ser usado no processo de privatização da empresa municipal Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo.
A prefeitura confirma as negociações em torno do processo judicial, que está no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. De acordo com Edevaldo Alves da Silva, secretário do Governo Municipal, "os entendimentos estão no estágio final, havendo uma minuta do acordo".
Mas para Guilherme Cersósimo, chefe de gabinete da Secretaria de Governo, a negociação com a Fiesp sobre o prédio-esqueleto não tem qualquer vinculação com o processo de privatização do Anhembi.
O edifício foi comprado pelo Ciesp para a instalação de setores educacionais do Sesi e Senai, entre outros projetos. O negócio com a prefeitura ocorreu na administração Jânio Quadros. Na gestão seguinte, a prefeitura embargou a transação na Justiça.
A prefeitura e o Anhembi, que vendeu o prédio ao Ciesp, foram condenados, em primeira e segunda instâncias, a entregar o esqueleto ou indenizar o comprador.
O preço do prédio-esqueleto, que teve as obras interrompidas em 1969, foi de Cz$ 479,9 milhões (US$ 6,7 milhões, pelo dólar médio de dezembro de 87, quando foi fechado o negócio). O edifício está numa área de 36 mil m2, tem oito pisos e comporta a construção de mais três andares e dois subsolos.

Colaborou MARCOS CESANA, free-lance para a Folha.

LEIA MAIS
sobre prédios abandonados na pág. 10-9.

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