São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cultura acerta em reformular 'Opinião'

Programa muda de horário para poder atingir público-alvo

MARCELO DE SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

As alterações promovidas na Cultura em seu departamento de jornalismo, semana passada, tiveram balanço positivo. O programa "Opinião Nacional" foi o mais beneficiado pelas mudanças. Com o novo horário (20h30) e com Jorge Escosteguy como apresentador, o programa ganhou chances de ser mais analítico e menos noticioso –justamente o objetivo da emissora.
Escosteguy, que apresentava o "Roda Viva", empresta agora ao "Opinião" o que ele tem de melhor: a capacidade de mediar e contrapor as opiniões de seus convidados. O diretor de jornalismo da Cultura, Marco Nascimento, diz que, com isso, a idéia é abolir o formato radiofônico que vinha dando o tom ao programa –que foi apresentado durante um ano, às 18h30, por Roseli Tardelli e Heródoto Barbeiro.
Os dois apresentadores primavam pela agilidade em informar, durante o programa, os principais fatos que estavam sendo notícia no dia. O que não é mais o caso. "Como o programa entra mais tarde e o noticiário do dia já está todo definido, poderemos fazer críticas dos fatos que interessam ao espectador. Não teremos obrigação de ficar noticiando fatos novos, mas de repercuti-los", diz ele.
Além dessas possibilidades, a mudança de horário tem também outra explicação, muito simples: uma pesquisa mostrou que 35% da audiência da Cultura no horário em que era exibido o "Opinião" é formada por crianças com menos de 9 anos –não exatamente o público-alvo do programa.
"Opinião" continua com comentários de Celso Ming e reportagens especiais de Maria Cristina Poli. Roseli Tardelli e Heródoto Barbeiro também continuam na emissora. Roseli trocou de lugar com Escosteguy e desempenha com eficiência a função de mediadora do "Roda Viva", exibido todas as segundas, às 22h30. Barbeiro se dedica à apresentação de uma coluna diária sobre defesa do consumidor no "Jornal da Cultura - 60 Minutos", que vai ao ar às 12h.
Outra mudança no jornalismo foi a saída de Marco Antonio Rocha, que apresentava e editava o "Jornal da Cultura". Em ano eleitoral, o contrato de Rocha –que tinha liberdade para expressar suas opiniões– não foi renovado. Segundo ele, a emissora alegou precisar de alguém que "agilizasse" o jornal. "Eu não me encaixava nesse papel. Se eles não precisavam de um âncora, não entendo por que só me disseram isso agora." Em seu lugar, a emissora colocou o jornalista Milton Jung.
A partir de abril, a grade da emissora deve ganhar mais modificações com a nova edição do teen "Fanzine". O programa, que ainda está em fase de reformulação, vai ser apresentado por Zeca Camargo e deve ir ao ar às 18h.

Texto Anterior: Globosat investe em humor anglo-saxão
Próximo Texto: Micro permite trabalhar e ver TV ao mesmo tempo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.