São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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Leilão do Lloyd terá apenas moedas podres

Empresa será vendida amanhã na Bolsa do Rio

DA SUCURSAL DO RIO

A comissão de privatização confirmou para amanhã o leilão de 79,7% do capital da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, pelo preço mínimo de US$ 26,5 milhões. Dia 6 de maio será o leilão da Mineração Caraíba, adiado na semana passada por determinação do presidente Itamar Franco.
A commpra do Lloyd não envolverá dinheiro novo, só as chamadas "moedas podres" (papéis de dívidas estatais de baixo valor no mercado). Além disso, os interessados na administração da empresa vão incorporar uma dívida de US$ 100 milhões. Outros US$ 167 milhões, correspondentes a dívida da empresa com o Fundo de Marinha Mercante, foram assumidos pelo Tesouro.
Ontem, na reunião da comissão de privatização, houve uma tentativa dos funcionários do Lloyd em adiar a venda da empresa. André Franco Montoro Filho, presidente da comissão, disse que o pedido "nada mais era que uma tentativa de evitar a venda da companhia, já que os empregados são claramente contra a privatização".
Os empregados do Lloyd estão se reunindo em um consórcio chamado Navegue com outras empresas interessadas na compra da companhia –Tupi, Tupinave, Cinco, Cargomar e Mansur. Além do consórcio liderado pelos empregados da estatal, outras empresas vão disputar o controle do Lloyd: Netumar, Transrol e Aliança.
Já o adiamento do leilão da Mineração Caraíba, do dia 17 último para o próximo mês, foi determinado pelo presidente Itamar Franco após pedido dos empregados da empresa. O preço mínimo da estatal foi definido em US$ 5 milhões.
Na reunião de ontem, a comissão decidiu ainda autorizar a contratação de consultorias para reavaliação de quatro empresas do setor petroquímico –Polipropileno, Polibrasil, Poliderivados e Petrocoque. Com as novas avaliações, segundo Montoro Filho, os leilões de privatização destas empresas poderão ser marcados no prazo de um a dois meses.

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