São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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Pedras impedem destruição por maré alta

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

Barreiras de pedra levantadas pela Prefeitura de Lucena (litoral norte da Paraíba) impediram que a maior maré deste ano destruísse casas e ruas na ilha de Costinha.
Duzentas famílias de pescadores na ilha estão ameaçadas pelo mar que, nos últimos dez anos, invadiu 500 m do continente.
Segundo a Capitania dos Portos da Paraíba, ocorreu ontem em Costinha a maior maré do ano, com 2,60 m acima do nível do mar. As menores marés ficam entre 40 cm a 60 cm.
As águas poderiam ter destruído uma rua e várias casas, mas foram contidas por espigões de pedras calcárias colocadas na semana passada pela prefeitura da cidade.
Segundo o prefeito Lando Falcão, uma centena de casas foram destruídas nos últimos anos pelas águas do mar em Costinha. Além das casas, o mar engoliu um campo de futebol, uma quadra de esportes, postes de iluminação pública e coqueiros nativos.
O prefeito Lando Falcão disse que as famílias que moram em Costinha estão acostumadas a conviver com o avanço do mar. Segundo ele, em dias de maré alta, como ontem, os moradores saem de casa quando notam o avanço das ondas fortes.
O prefeito disse que aguarda do governo estadual a desapropriação de um terreno para transferir as famílias mais ameaçadas. Há menos de 20 dias, ondas fortes derrubaram duas casas e um poste de energia elétrica.
As ondas chegaram ontem perto das casas. Hoje deve acontecer a mesma coisa. Segundo o calendário das marés feito pela Capitania dos Portos, nos dias 25 a 28 de abril acontecerão novas ondas fortes.
Lando Falcão afirmou que uma estrada recém-construída pelo governo estadual entre Costinha e Lucena também está ameaçada de destruição. "Falta pouco para a estrada ser engolida pelas ondas."
Segundo o especialista em geologia marinha e professor aposentado da Universidade Federal da Paraíba, Abalci Daniel de Assis, as marés altas ocorrem quando a lua, a terra e o sol estão numa mesma direção.

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