São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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Supermercados serão chamados para explicar aumentos em URV

EDUARDO BELO
DA REPORTAGEM LOCAL

O que parecia ser um problema da indústria foi transferido para o varejo. O assessor especial do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, disse ontem que deve chamar os supermercados para ouvir explicações sobre aumentos de preços em URV. Ele tomou essa decisão depois de ouvir representantes da Gessy Lever e Bombril.
As duas empresas apresentaram listas de preços em URV. Segundo Dallari, elas atendem à determinação da Medida Provisória 434, que prevê a conversão pela média do último quadrimestre de 93.
Antes da conversa de ontem a informação era de que alguns preços dessas indústrias se encontravam até 20% acima da média. Ainda não foi fixada data para o encontro com os supermercadistas.
Segundo Dallari, as listas apresentadas ontem vão ser confrontadas com as anteriores –fornecidas pelos supermercados– e com os números da Sunab. Os dados serão cotejados pela equipe técnica da Fazenda a partir de hoje, em Brasília. Se forem confirmados erros nas informações do varejo, o encontro com os supermercados deve acontecer na próxima semana.
Embora o assessor da Fazenda negasse a existência de problemas com a Gessy e Bombril, os representantes das indústrias saíram pelo elevador privativo da sede do Ministério da Fazenda em São Paulo sem dar explicações.
A justificativa de Dallari para a conversa com o varejo é de que "um grupo de dez ou 12 cadeias (de lojas) têm participação substancial no abastecimento do país". Segundo eles, essas redes constituem oligopsônios, versões comerciais dos oligopólios –setores da indústria que têm poucos fabricantes e controlam preços.
O vice-presidente da Nestlé, Wilber Antunes, evitou transferir a culpa dos aumentos nos produtos da empresa para o varejo. Disse que foi chamado para confirmar ou não os aumentos em URV no preço do leite Ninho. Segundo ele, todos os preços da empresa estão "rigorosamente" na média proposta pela MP 434.

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