São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994 |
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Palmeiras tenta contornar a crise
MÁRIO MOREIRA
O cansaço pela sequência de jogos, as constantes mudanças na escalação da equipe, a falta de tempo para os treinos e o desgaste psicológico por três competições simultâneas e pela falta que os jogadores sentem de suas famílias (devido às viagens e concentrações) têm sido apontados pelo time como os motivos mais fortes para esse declínio. Além desses problemas, o Palmeiras tem tido dificuldades extras, como falhas individuais –caso da cometida pelo goleiro Sérgio na derrota para o Cruzeiro– ou amorte do irmão de Rincón, que parece ter abalado psicologicamente o meia colombiano. Na partida contra a Ponte Preta, o técnico Wanderley Luxemburgo identificou um outro fator: a arbitragem de José Mocelin, que, segundo ele, prejudicou o Palmeiras. "Na dúvida, os árbitros estão predispostos contra nós", afirmou. "As cobranças estão acontecendo, mas temos que ter equilíbrio. Os jogadores são profissionais de qualidade e vão superar esse momento", disse Luxemburgo. "Estou muito tranquilo, porque sabemos o que estamos fazendo", afirmou o preparador físico Carlinhos Neves. "Todo mundo pode perder a cabeça, menos nós, da comissão técnica", acrescentou. Para Carlinhos, a recuperação palmeirense é uma questão de oportunidade. "Garantindo a classificação na Libertadores, a coisa vai melhorar. O grupo está se mostrando muito equilibrado, porque sabe que não tem nada perdido." O vice-presidente de Futebol do clube, Serafim Del Grande, garante que a comissão técnica continua merecendo a confiança da diretoria. "O Wanderley permanece com toda a liberdade para fazer o que quiser", afirmou. O dirigente declarou que tem estranhado não os resultados, mas as fracas atuações do Palmeiras. "Se bem que isso acontece com todas as grandes equipes do mundo." Dal Grande disse que tem conversado com os jogadores sobre o que vem ocorrendo. "Estamos apelando a eles para que não se deixem abater com os resultados." O fato é que os resultados mais recentes estão começando a gerar insatisfação entre os jogadores. No domingo, após a derrota para a Ponte Preta por 2 a 1, dois deles –Edílson e Roberto Carlos– criticaram a apatia do time. "Está faltando determinação", afirmou Edílson, conclamando o grupo de jogadores a se unir para superar o momento difícil. Para o volante César Sampaio, capitão do time, os jogadores não podem se preocupar em demasia com a maratona de partidas que terão de enfrentar até o dia 15 de maio, quando termina o Campeonato Paulista. "Temos que pensar em cada jogo de uma vez. Afinal, a cada dia bastam os seus cuidados", disse, fazendo uma citação bíblica. Próximo Texto: Falta de treino prejudica time Índice |
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