São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994 |
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Uefa discute hoje apoio a Havelange Brasileiro ameaça 'limpar' a Fifa SÍLVIO LANCELLOTTI
Eventuais pretendentes podem se inscrever até 16 de abril. Por enquanto, apenas Havelange formalizou as suas pretensões. Nos bastidores da Fifa, todavia, se costura a candidatura do seu próprio secretário-geral, o suíço Sepp Blatter. A Europa não quer mais se submeter ao autoritarismo centralizador de Havelange, muito menos aceita perder novas vagas nos mundiais do futuro. Seria natural que descarregasse seus sufrágios no europeu Blatter. Ele, porém, é inimigo do alemão Gerhard Aigner, o secretário-geral da Uefa, que não lhe perdoa uma série de intromissões. O risco de uma candidatura independente é descomunal. Especialistas na Fifa imaginam que Blatter ainda não pode vencer num primeiro turno, mas venceria em um segundo escrutínio. Gerhard Aigner defende um acordo. Contrário se coloca um grupo de cartolas, comandado pelo italiano Antonio Matarrese. Para eles, a Europa não pode passar mais quatro anos ignorada pela Fifa –Havelange já prometeu ampliar o número de vagas da Concacaf e da Ásia nos futuros Mundiais. O grupo sabe que uma vitória de Havelange detonará vinganças e perseguições na Fifa. Havelange antecipou a Matarrese sua intenção de "limpar a Fifa". Conta um importante assessor do italiano: "Nem mesmo Blatter deverá sobrar." Conclusão: a Uefa terá de preservar Blatter. Em troca do apoio ao suíço, a promessa de manter o trono quente para Matarrese até 1998. Aigner ganharia um alto cargo na Fifa e Havelange abocanharia uma sinecura honorária, nada desprezível, com uma diária, equivalente a US$ 3.500. Texto Anterior: Equipe espera por "milagre" Próximo Texto: Demétrio ganha vaga no ataque do Santos Índice |
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