São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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Vitória de Schumacher confirma a sua ascensão

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1991, após ter corrido apenas três GPs, um pela Jordan e dois pela Benetton, para a qual obteve um sexto e um quinto lugares, Michael Schumacher era mais um daqueles jovens que prometia ter um futuro brilhante na categoria. Em entrevista à Folha, antes do GP da Espanha daquele ano, Schumacher afirmava que ainda faltava alguma coisa para ser uma estrela. Não sabia o que era. Ainda disse que tinha um ídolo. "Desde 80, quando eu tinha 11 anos e o vi pela primeira vez: Ayrton Senna."
Não falta mais nada para Schumacher, a não ser deixar o tempo passar e confirmar uma carreira de títulos. Na verdade, Schumi, como é chamado na Alemanha, nunca teve dúvidas. Quem o vê pessoalmente, percebe que ele é daqueles tipos perfeccionistas.
Após a vitória no primeiro GP da temporada deste ano, Schumacher deixou Interlagos e foi para o hotel Transamérica. Ficou em seu quarto menos de uma hora e se dirigiu para o aeroporto de Cumbica, deixando o país. Ficaram apenas alguns membros da equipe, responsáveis pelo embarque do equipamento, que foram comemorar a vitória na churrascaria Fogo de Chão, na zona sul de São Paulo.
Dono de uma carreira meteórica, o piloto da Benetton começou a colecionar títulos desde os 15 anos, quando foi campeão júnior de kart na Alemanha. Um ano mais tarde, repetiu o feito. Em 87, conquistou os Senior Alemão e o Europeu de kart. Em 88, ascendeu às categorias intermediárias e foi campeão da Fórmula Konig, quarto no Alemão da F-Ford 1.600 e segundo no Europeu.
Foi campeão alemão de F-3 e quinto no Mundial de Marcas, em 90, pela Mercedes. A montadora, um ano mais tarde, pagaria US$ 250 mil para ele estrear na F-1, pela Jordan, no GP da Bélgica, em lugar de Bertrand Gachot. Conseguiu um sétimo lugar no grid.
Não pontuou, mas a Mercedes, percebendo seu potencial, comprou uma vaga para ele na Benetton, que demitiu o brasileiro Roberto Pupo Moreno, já no GP seguinte, em Monza, na Itália. Ficou em quinto.
Naquele ano, conseguiu ainda dois sextos lugares nos três GPs que faltavam para o encerramento da temporada. No ano seguinte, Schumacher acabou em terceiro no Mundial de Pilotos.
Schumacher se desvinculou da Mercedes e tem contrato com a Benetton até 96. Mostrou anteontem que tem condições de lutar pelo título deste ano, derrotando o ídolo de infância, Ayrton Senna.
E para quem pensa que Schumacher viveu o maior momento de sua vida anteontem, quando soube que Senna estava fora da corrida, vale uma nota. Perguntado como ficou sabendo da rodada do brasileiro, se através do rádio ou da placa de sinalização, Schumi respondeu, de maneira simples: "Não me lembro".

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