São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994
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Palmeira usa cota da Câmara em campanha

"Material é sobre disputa do PT"

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Vladimir Palmeira (PT-RJ) está usando envelopes e selos pagos pela Câmara para divulgar sua pré-candidatura ao governo do Rio.
A Folha já noticiou que o deputado José Dirceu (PT-SP) usou sua cota de correspondência na Câmara para enviar propaganda eleitoral a seis mil pessoas. Dirceu é pré-candidato ao governo de São Paulo.
A cota de correspondência de cada deputado serve exclusivamente para divulgar sua atuação durante o mandato parlamentar.
O artigo 45 da lei eleitoral (8.713/93) proíbe o uso de recursos públicos em campanhas eleitorais. O artigo 47 considera gasto eleitoral a "correspondência e despesas postais".
Neste mês, Palmeira foi o parlamentar que teve os maiores gastos com correspondência. Enviou mais de 33 mil cartas. Parte deste total foi destinada à propaganda eleitoral.
A Câmara limita a cota de cada deputado em 1,5 mil cartas e 250 telegramas, ou CR$ 160 mil. Palmeira gastou CR$ 3,5 milhões.
Segundo o diretor-geral da Câmara, Adelmar Sabino, o excedente é descontado dos vencimentos do deputado. A Folha apurou que, se for descontado, Palmeira receberá cerca de CR$ 600 mil em março.
A propaganda de Palmeira, em cinco folhas, tem como título "Seis razões para apoiarmos Vladimir Palmeira governador". Discorre sobre sua pré-candidatura.
Palmeira afirmou que o material diz respeito à disputa interna do PT. "A propaganda foi enviada somente a filiados que vão definir, entre mim e Bittar (Jorge), quem vai concorrer ao governo estadual".
O TSE não faz distinção entre filiados e não-filiados. "Os votos são computados da mesma maneira", diz Alysson Mitraud, diretor-geral do TSE.

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