São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994
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Financiamento de automóvel cai até 30%

DA REPORTAGEM LOCAL

A venda financiada de automóveis teve queda de 20% a 30% a partir de janeiro deste ano. A afirmação é de Russell Charles Cook, presidente da Anef (Associação Nacional das Entidades de Serviços Financeiros e de Consórcio da Indústria Automobilística).
Segundo Cook, a queda no volume de vendas a prazo pode ser explicada pelas expectativas criadas em torno do Plano FHC pela demora em regulamentar aplicações financeiras em URV.
"Além de juros muito elevados –4,52% ao mês em um financiamento de 12 meses– há uma relutância natural do consumidor em fazer uma dívida com base na TR neste momento", diz Cook.
"Essa porcentagem de vendas financiadas é pequena se compararmos com o que acontecia na década de 70, quando 70% dos veículos eram vendidos a crédito", diz Cook.
Segundo Sergio Reze, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), os juros altos e a falta de definição de regras para financiamento em URV provocaram a "parada" dos financiamentos.
Apesar disso, várias concessionárias fazem promoções e anunciam financiamentos indexados ao dólar comercial, à TR e à URV em até 18 meses, sem juros.
A Guaporé, revendedora Chevrolet, vende toda a sua linha com 50% de entrada e prestações mensais corrigidas pelo dólar comercial, sem juros. Edson Policena, gerente de vendas da concessionária, diz que "muita gente está financiando, mas abaixo do volume normal da loja".
Um Monza GL, 2.0, 4 portas, por exemplo, custa na Guaporé CR$ 15.424.000,00. Na compra à vista há um desconto de 11% e o carro sai por CR$ 13.900.000,00. No financiamento, o consumidor dá CR$ 7.712.000,00 de entrada e oito parcelas de CR$ 964.000,00.
A Caraigá, revendedora Volkswagen, está usando a TR como indexador em seu financiamento, mas o contrato prevê a troca pela URV assim que houver autorização do governo. Naul Ozi, diretor da concessionária, diz que 20% a 25% dos carros estão sendo vendidos a crédito.

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