São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994
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Empresa investe no avanço tecnológico

DO "USA TODAY"

A AT&T atravessa um momento crítico. Durante a última década, o presidente Bob Allen reformulou a empresa, cortou 140 mil empregos e reestruturou a companhia em 22 divisões, ao custo de US$ 25 bilhões. Além disso, as coisas fora da AT&T estão mudando com velocidade espantosa.
A corrida para a criação de "information highways" (super-redes para transmissão de dados, imagens, sinais telefônicos e de TV) está virando a indústria das comunicações pelo avesso.
Allen tem um plano. Ele tem executivos talentosos e tem dinheiro –cerca de US$ 7 bilhões de dólares anuais em fluxo monetário para gastar em transações comerciais, empreendimentos de risco e outros investimentos.
Principalmente, Allen tem a rede de longa distância da AT&T –talvez o negócio mais valioso do planeta. Atravessa o mundo todo, serve 80 milhões de clientes e faz mais de US$ 40 bilhões anuais em tarifas. O melhor de tudo é que a rede é quase inteiramente formada por linhas de fibra óptica e centrais digitais –"information highway" ao vivo.
A AT&T parece ter espalhado seus recursos por todo o mapa da multimídia. Por exemplo, comprou uma pequena companhia chamada EO. Juntas desenvolveram o comunicador pessoal de mão EO –algo entre um telefone celular e um computador.
A empresa está testando a transmissão de filmes por assinatura com a gigante da televisão a cabo Tele-Communications Inc. e televisão interativa com as poderosas GTE e Viacom.
Não importa quantas vezes a AT&T apareça em parcerias ou negócios com multimídia, a essência da empresa provavelmente não mudará, por enquanto. Em 1993, a AT&T obteve 60% da sua renda de US$ 67,2 bilhões com a rede telefônica interurbana.
Além da rede e de seus derivados de alta tecnologia, a AT&T está perseguindo duas outras estratégias importantes.
Uma é o ramo de equipamentos para a rede –a tecnologia necessária para operar a "information highway". A AT&T vai testar a sua mais recente tecnologia –chamada Asynchronous Transfer Mode–, no sistema da Time Warner em Orlando, Flórida. O sistema tornará a transmissão de TV interativa, de filmes por assinaturas e de chamadas telefônicas em vídeo tão fácil como discar um telefone.
A outra estratégia: negócios internacionais. Em 1984, a AT&T tinha 5.000 empregados no exterior. Hoje tem 53 mil. Tem feito acordos e vendido serviços no mundo todo, inclusive na China.
O que pode atrapalhar a AT&T? A maior preocupação da empresa deve ser com a concorrência no ramo de ligações interurbanas/ligações a longa distância. Há uma legislação tramitando no Congresso que permitirá às sete companhias telefônicas regionais fornecer serviços interurbanos. Essa é uma das razões que fizeram baixar o preço das ações da AT&T para US$ 51,25, após ter permanecido 52 semanas em US$ 65.
A única outra falha no arsenal da AT&T pode estar na área de computadores, cada vez mais importantes para armazenar e transmitir informações e entretenimento. A AT&T comprou a NCR, mas a NCR limita-se a computadores para máquinas registradoras automáticas, pontos de venda e outros serviços.

Tradução de Sonia Pimentel de Mello

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