São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994
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Atividade da indústria cai com plano e eleições

DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) atribuiu à instabilidade política de um ano eleitoral e à indefinição das regras econômicas a queda de 1,5% no Indicador de Nível de Atividades (INA) dessazonalizado em fevereiro de 1994 em comparação com o mês anterior.
"O efeito mais sensível da introdução de um plano econômico é a paralisia nas atividades da indústria, com os agentes econômicos adotando a atitude do deixa estar para ver como é que fica", disse Mario Bernardini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp.
Bernardini afirmou que o comportamento "desfavorável" do INA em fevereiro reverteu a tendência de crescimento registrada nos três meses anteriores.
O diretor da Fiesp disse esperar nova queda do índice de atividades em março ainda devido aos "efeitos recessivos" do aumento dos impostos ocorrido na primeira fase do programa de estabilização da economia.
"Os resultados de março deverão ser piores do que os de fevereiro pelas dificuldades de negociação de preços na implantação da URV", disse.
Para Bernardini, o comportamento do INA em 1994 é "imprevisível", uma característica, disse, dos anos em que o governo interfere na economia com o lançamento de planos econômicos.
Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o INA de fevereiro de 94 mostrou um crescimento de 3,6%, mas inferior ao verificado em janeiro, quando houve uma expansão de 11,9% em relação a janeiro de 1993.
A tendência de queda em fevereiro também atingiu as horas trabalhadas na produção, cujo declínio em termos dessazonalizados foi de 1,5% em relação a janeiro. As vendas reais em fevereiro registraram uma queda de 0,4% em relação ao mês anterior.
O salário nominal médio da indústria paulista cresceu 36,6% em fevereiro em relação ao mês anterior, mas esse crescimento não foi suficiente para evitar uma queda no salário real médio de 1,7% em relação a janeiro.

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