São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Axis" libera explosão criativa

HÉLIO GOMES
DA REDAÇÃO

'Axis' libera explosão criativa
Depois de liberar todos os sons que giravam em sua cabeça em "Are You Experienced", Hendrix forjou no mesmo ano de 1967 o álbum mais coeso de sua carreira, "Axis: Bold as Love". Um álbum com começo, meio e fim. "Boa noite senhoras e senhores, tenho ao meu lado um cavalheiro muito peculiar, que vai nos falar sobre OVNIs e até mesmo sobre seres espaciais", assim começa "EXP", primeira faixa do disco.
Hendrix faz ali um convite explícito à fantasia e, sobretudo, chega ao auge da experimentação sonora. Obcecado como poucos pelo tema, o guitarrista assume logo depois a persona de um "alien" que caminha perplexo pelo planeta Terra, em "Up From the Skies". Resguardado por esse disfarce, Hendrix está livre para questionar todos os valores que eram, naquele momento, seu alvo preferido.
O amor também é outro tema desenvolvido com maestria por Hendrix em "Axis". Quatro das 13 canções do disco são dedicadas ao assunto, cada qual tratando-o sob uma ótica diferente.
Lá está a clássica "Little Wing", canção capaz de traduzir todo o romantismo de Hendrix de modo magistral. De maneira oposta, "Little Miss Lover" e "Bold as Love" destilam com urgência os desejos do guitarrista. A magnífica "Wait Until Tomorrow" –regravada por Caetano e Gil em "Tropicália 2"– é um exercício de sedução ingênuo e delicioso.
"Axis" é um disco único, onde a criatividade do guitarrista encontrou sua dimensão exata. E Hendrix sabia disso.

Texto Anterior: Estréia inventou psicodelismo
Próximo Texto: "Eletric Ladyland" faz ode ao virtuosismo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.