São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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Investimento externo é de US$ 72 bi, diz estudo

DA REPORTAGEM LOCAL

O investimento estrangeiro no setor produtivo brasileiro (fora serviços e setor financeiro) acumula um estoque de US$ 72,5 bilhões, embora o Banco Central registre oficialmente apenas US$ 40 bilhões. A diferença foi constatada em estudo organizado pelo economista Octávio de Barros, da Unicamp, que chegou neste novo número ao refazer todas as contas.
Barros realizou uma sistemática que contabilizou a correção monetária do dólar (inflação americana) e mudanças na política cambial brasileira de 1901, quando o investimento externo começou a chegar, até hoje.
O trabalho, divulgado ontem durante reunião organizada pela Câmara Alemã de Indústria e Comércio, revelou ainda que o principal investidor estrangeiro no Brasil são os Estados Unidos, com uma fatia de 23%.
Em seguida estão a Alemanha (12%), Suíça (9,4%), Japão (8%), França (7,4%) e Grã-Bretanha (5,2%). Segundo Cláudio Sonder, presidente da Câmara Alemã, o capital estrangeiro, inclusive da Alemanha, poderia estar com uma presença maior no Brasil.
Hoje, o capital externo prefere destinar recursos para o México e a Argentina. "A explicação é simples", afirma Sonder. "A Argentina está a meio passo da estabilização econômica o México já realizou o passo inteiro." O estudo de Octávio de Barr
os conclui que o capital estrangeiro refluiu a partir da crise da dívida externa brasileira, no início dos anos 80, quando o país ficou sem dinheiro para pagar seus compromissos com os bancos credores.
O capital alemão já respondeu por 19,6% dos dólares investidos na produção do país. Esta participação caiu para 8% no final da década passada. Sonder disse que há interesse do capital alemão em alguns setores industriais brasileiros. Mas o investimento depende da revisão constitucional.

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