São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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EUA criticam barreiras no país

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

EUA criticam barreiras no país
Os EUA consideram que, embora o Brasil tenha eliminado muitas barreiras comerciais, persistem no país restrições ao investimento externo em setores como o de petróleo, imobiliário, mídia e navegação. Na lista anual do governo norte-americano sobre barreiras comerciais, divulgada ontem, o Brasil é criticado também por não ter adotado proteção adequada para as patentes.
A lista é elaborada pelo USTR (United States Trade Representative), o órgão responsável pelo comércio externo dos EUA, chefiado por Mickey Kantor, e é considerada como um primeiro passo para possíveis sanções comerciais.
Na relação divulgada ontem em Washington, o Brasil é citado com outros 34 países. O Japão é o principal alvo da lista por barreiras aos produtos, serviços e investimentos norte-americanos, que segundo o USTR, colaboraram para que o déficit dos EUA no comércio com os japoneses atingisse US$ 60 bilhões no ano passado.
O relatório dedica 42 páginas ao Japão, "cujas barreiras à importação de produtos e serviços são muito maiores do que as dos demais membros do Grupo dos Sete (países mais industrializados) e representam um entrave inaceitável ao sistema de comércio global".
Tendo em mente o Japão, os EUA reinstalaram recentemente a cláusula conhecida como Super-301, mecanismo legal que amplia os poderes de retaliação comercial da Casa Branca. A Super-301, que já foi aplicada contra o Brasil quando esteve em vigor em 1989 e 1990, estabelece um prazo de 18 meses para que as negociações bilaterais levem à eliminação do que os EUA consideram barreiras ao comércio. Depois disto, os EUA podem impor tarifas punitivas de até 100% às importações do país ofensor.

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