São Paulo, sábado, 2 de abril de 1994 |
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Data para criar o real divide opiniões
DA REPORTAGEM LOCAL Empresários e economistas acham que o governo não deve fixar data para trocar a moeda. Para eles, o real deve vir quando a economia estiver adaptada à URV e quando o governo conseguir equilibrar seu Orçamento."As negociações entre as indústrias, fornecedores e clientes continuam intensas. Só quando for resolvido o problema de preço e o governo provar que equilibrou suas contas é que o real deve entrar em circulação", diz Eugênio Staub, diretor-presidente da Gradiente. O economista Paul Singer diz que junho é cedo para o real entrar em vigor, pois corre o perigo de nascer com inflação, que pode continuar a subir. Ele defende que a moeda entre em vigor "o mais tarde possível, talvez no próximo ano". Para Singer, antes de vir o real, a maioria dos preços da cadeia produtiva deve estar ajustada e os salários sem defasagem. Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, vice-presidente da Fiesp, diz que enquanto o governo não "urvizar" os preços dos seus insumos básicos, a economia não se estabiliza. "Se o país não se acomoda em URV, não há ambiente propício para a entrada do real", diz. Para ele, o país não deve se preocupar em fixar data para a estréia do real e calcula que os preços devem se ajustar dentro de dois ou três meses. O economista Joaquim Elói Cirne de Toledo diz que a melhor data para o real entrar em circulação é 1.º de junho. "O dia 1.º é adequado porque não criaria problemas na correção monetária das aplicações no mercado financeiro, com a virada do mês", justifica. Outra vantagem da data é que a equipe econômica já poderá ver como estão os preços e convencer os trabalhadores que não há perda nos salários, explica Toledo. Texto Anterior: Candidatos criticam Quércia Próximo Texto: Osiris diz que Ricupero não será "tampão" Índice |
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