São Paulo, domingo, 3 de abril de 1994
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a vida vista pelo TUBO

SÉRGIO DÁVILA

Sylvio Tamoyo Dias, 34, vê a vida por uma lente diferente. Poderia continuar dando aulas de geografia à noite e estar tranquilo. Mas não. Começou a fazer caleidoscópios há cinco anos e já vendeu mais de 50 mil. Para empresas como Edisa, de informática, Santa Marina, de vidros, e F.J. Lucas, produtora de vídeo. E escolas, clínicas, particulares. "Já usei caleidoscópio até em posto de gasolina, quando estava duro, como moeda", lembra. Acredita-se que o artefato de lentes e contas coloridas, que se movem a cada mexida, tenha origem na Grécia Antiga, quando do início dos estudos da trigonometria. Há os que vejam ligações com os vitrais das igrejas medievais, a trama dos tapetes persas e mesmo a diversidade dos flocos de neve. Quem já enxergou no tubo de um caleidoscópio o mundo à sua volta sabe que não há exagero. O fato é que a invenção data de 1818, por um escocês. No Brasil de 1994, existe uma insuspeita procura pelos aparelhinhos: Sylvio produz em média 4.000 por mês. Indo além dos grandes clientes, ele começa a preparar cursos para crianças montarem suas próprias peças. "Já forneci para psicólogos infantis", afirma. "É incrível: a meninada vai viajando nas cores e contando seus problemas". Agora, o artesão pretende construir um "caleido" gigante e colocar na rua, para todos verem como ele vê.–S.D.

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