São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Nilo e Maia estão na lista do bicho

DA SUCURSAL DO RIO

Os nomes de César Maia e Nilo Batista aparecem na lista apreendida na última quarta-feira no escritório que seria do banqueiro do jogo do bicho Castor de Andrade.
A informação é de Antônio Carlos Biscaia, procurador-geral de Justiça. Biscaia disse, porém, que os indícios são de contribuições de campanha eleitoral e que não há provas de que eles realmente tenham recebido o dinheiro.
Nilo, Secretário de Polícia Civil do Rio e empossado anteontem como governador, negou ter recebido qualquer dinheiro do bicheiro para sua campanha em 1990. Biscaia afirmou que Nilo sempre apoiou o combate contra a contravenção.
O prefeito do Rio, procurado ontem em sua casa por telefone, não foi encontrado. A informação foi de que ele estaria viajando.
Na últim sexta-feira, o chefe de Gabinete de Biscaia, promotor Antônio José Campos Moreira, disse que os nomes de Nilo Batista e César Maia não constavam da lista.
A lista traz ainda nomes de parlamentares e de membros da cúpula da Polícia Civil. Entre eles estão: Jamil Haddad, deputado federal (PSB-RJ); Jorge Gama, ex-secretário estadual de Governo e Trabalho na gestão Moreira Franco; e Jorge Moura, ex-deputado federal (PMDB). Haddad, Gama e Moura negam ter recebido dinheiro de Castor de Andrade.
Novos documentos
Os cinco cofres apreendidos na última quarta devem ser abertos hoje. A intenção dos promotores é convocar a imprensa, entidades da sociedade civil e membros das perícias técnicas das polícias Civil, Militar e Federal. Eles devem ser abertos no quartel-general da PM, para onde foram transferidos.
Na madrugada de anteontem, os quatro cofres que estavam na Escola de Formação de Oficiais da PM, em Sulacap (zona oeste), foram levados, segundo Biscaia, para o quartel-general da PM.
Após notarem movimento estranho de carros na porta da escola na noite de sexta, os PMs pediram auxílio à Polícia da Aeronáutica, que tem base próxima. Os cofres foram escoltados ao QG da PM.
O quinto cofre continuava até ontem sob guarda da PM no escritório onde a lista foi apreendida.

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