São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Americano quer privatizar mais

HELCIO EMERICH

No livro "Megatrends 2.000", os autores John Naisbitt e Patrícia Aburdene afirmam que a privatização de empresas, atividades ou funções governamentais será o fenômeno de maior influência na economia mundial no século 21.
A tese ganhou um reforço importante num trabalho recentemente desenvolvido pela Reason Foundation, um escritório de consultoria especialmente criado para encorajar a desestatização nos EUA. Através de uma pesquisa realizada junto a mais de 200 órgãos governamentais, nos planos federal, estadual e municipal, a fundação concluiu que todos os serviços privatizados nos últimos dez anos resultaram não só em economia de verbas oficiais como em aumento de arrecadação pela cobrança de impostos das empresas particulares que assumiram as funções do Estado. Ouvindo também os contribuintes, a RF constatou que 65% dos entrevistados se mostravam mais satisfeitos com a qualidade dos serviços privatizados (as vozes discordantes mencionaram problemas como a maior rotatividade dos empregados nas firmas particulares ou a utilização de mão-de-obra –leia-se imigrantes– ilegal).
Usuários mais felizes com empresas privadas do que com serviços públicos não é nenhuma novidade, a não ser, talvez, para os ideólogos do PT. A surpresa do estudo da Reason Foundation foi a descoberta de que na economia mais liberal do planeta, que é a norte-americana "quanto mais se privatiza, mais existe para privatizar". E entre centenas de negócios ou de oportunidades que a fundação recomenda que sejam transferidos para o setor privado estão desde a operação e manutenção de estádios, presídios, rodovias, parques municipais e jardins zoológicos, até a impressão e distribuição de publicações governamentais, tipo "Diário Oficial".
Mídia de apoio
Não satisfeita com a sua fatia no bolo das verbas de propaganda destinada pelos anunciantes norte-americanos aos vários meios de comunicação (participação de 2% do total dos investimentos publicitários, algo em torno de US$ 700 milhões em 92), a OOAAA (Outdoor Advertising Association of America) resolveu desenvolver uma campanha para valorizar a publicidade ao ar livro nos EUA. Entre outros argumentos, a entidade (que corresponde aqui à nossa Central de Outdoor), enfatizou a "importância tática" do outdoor e os novos recursos de impressão, procurando assim atrair segmentos como o da moda, produtos de beleza e outros que tradicionalmente vinham preferindo anunciar em revistas ou TV. A OOAAA, porém, não apostou todas as fichas no seu próprio meio: a campanha incluiu rádio, mala-direta e jornais e revistas de negócios.

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