São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Santos não aproveita a vantagem numérica

DA REPORTAGEM LOCAL

O Santos não soube aproveitar o fato de atuar com um jogador a mais que o Palmeiras a partir dos 8min do segundo tempo do clássico de ontem no Pacaembu.
Com a expulsão do zagueiro Cléber, que fez falta violenta em Demétrius, o time de Serginho Chulapa, ao contrário do que se esperava, acabou recuando ainda mais para segurar o empate.
No primeiro tempo o Santos começou bem, fazendo uma forte marcação no meio-campo. Isso inviabilizou as penetrações dos atacantes palmeirenses com tabelas rápidas entre Edmundo, Evair e Rincón, uma das armas do time.
A saída de Mazinho, machucado, no início do jogo facilitou as coisas para os santistas. Rincón, que passou a articular a ligação entre meio-campo e ataque, era constantemente cercado por pelo menos quatro jogadores do Santos (veja na foto à esquerda um momento típico dessa falta de opção de jogadas para o colombiano, que só podia recuar para Cléber ou César Sampaio).
O Palmeiras entendeu que o caminho seria outro e passou a atrair o Santos para seu campo na tentativa de armar contra-ataques rápidos com lançamentos longos.
A estratégia quase deu certo aos 42min da primeira etapa, quando Edmundo recebeu bom lançamento de Sampaio e só não fez o gol porque Edinho realizou uma grande defesa (foto de baixo, também à esquerda).
No segundo tempo, Luxemburgo deslocou Rincón para a direita, atraindo a marcação para aquele setor. A idéia era descongestionar a esquerda, onde o lateral Piá demonstrava ser uma das peças mais fracas da defesa adversária, e abrir espaços por ali.
Evair e Zinho, encarregados de distribuir o jogo, passaram então a inverter as jogadas com frequência para a esquerda, por onde o lateral Roberto Carlos descia sem marcação e com muito espaço. Como ele bate bem de fora da área, passou a ser uma boa opção ofensiva.
O técnico Serginho, ao perceber que poderia perder o jogo pela esquerda, tirou o meia Paulinho Kobayashi e colocou mais um lateral, Silva, estabilizando a defesa.
O recuo do Santos e a hesitação em tentar tirar vantagem do fato de ter um jogador a mais explica-se pela falta de meio-campistas habilidosos na equipe.
Os dois atacantes do time, Demétrius e Macedo (no final entrou Zé Renato), jogaram isolados na frente a maior parte do tempo, sem a assistência de seu meio-campo –que ontem foi eficiente apenas na marcação.

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