São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Punks de SP mantêm "movimento" vivo

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Punks de SP mantêm 'movimento' vivo
Mais engajados e divididos em facções –às vezes gangues inimigas–, eles rejeitam rótulo de "modismo"
"Punk's not dead" –o punk não está morto– continua sendo o lema dos punks paulistas. E, mais ainda, os rapazes garantem que o punk está se reestruturando. Na última semana, um festival punk em Limeira (156 km a noroeste de São Paulo) reuniu sete bandas (leia texto abaixo).
Os garotos continuam com a corda toda."O punk não acabou porque o punk não é moda. Ele está no sangue", diz um integrante da vertente "SP Punk", que não quis se identificar . Curse ("maldição"), 16, concorda. "Enquanto houver injustiça, vamos continuar atuantes."
Então porque eles andaram escondidos nos últimos anos? Fome, 25, punk desde os 14, tem uma explicação. "Os punks se dividiram em grupos e alguns ficaram inimigos", conta. Tem gente que é mais radical. "O movimento virou puro 'ganguismo"', diz um punk de 32 anos, dez de movimento.
As principais facções em São Paulo hoje são os Anarcopunks, a Juventude e Liberdade, o SP Punk, a Devastação Punk, o Massacre Punk do ABC, a Irmandade Punk e o SP Oi.
Mesmo com tanta divisão, eles acham que o punk está se reestruturando. "Antes tinha muita gente que entrava no 'movimento' só para tirar onda, hoje a coisa está mais séria", diz Lobinho, 19. Ele acha que o punk hoje está mais ideológico.
Ideológico como? Anarquista claro, só que atuante. "Não adianta a gente ficar dizendo que está tudo uma porcaria. A gente tem que se mobilizar. Fazer panfletagem e protestos.", diz Vira-Lata, 19.

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