São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Massacre em Natal faz 9 mortos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Nove mulheres e crianças foram mortas a facadas e machadadas na madrugada de ontem numa fazenda em Port Shepstone, na Província sul-africana de Natal.
O ataque elevou o número de vítimas da violência política em Natal para 43 desde quinta-feira, quando o governo decretou estado de emergência na região.
A polícia disse que as vítimas do ataque eram em sua maioria militantes do Congresso Nacional Africano (CNA), partido favorito às eleições gerais do fim deste mês. Há suspeita de que os assassinos sejam do Partido da Liberdade Inkatha, organização majoritária entre o grupo tribal zulu que está boicotando o pleito.
Um funcionário do governo disse que o presidente Frederik de Klerk poderá adiar as eleições em Natal e no território de KwaZulu, os mais afetados pela violência, na tentativa de convencer o Inkatha a participar do processo.
Nelson Mandela, líder e candidato do CNA à Presidência, disse que não aceitaria adiamentos.
Pesquisa eleitoral publicada pelo "Sunday Times" de Johannesburgo prevê vitória do CNA com algo entre 59% e 64% dos votos, com o Partido Nacional de De Klerk em segundo (16% a 21%).
O Congresso Pan-Africanista (extrema esquerda) teria de 3% a 8% e a Frente da Liberdade (extrema direita racista), em torno de 7%. Em Natal o CNA poderia chegar a 49,7% dos votos.
Mandela, De Klerk e Mangosuthu Buthelezi, líder do Inkatha, participaram de uma missa de Páscoa em Moria (Transvaal) e confirmaram para esta sexta-feira um encontro de que participará também o rei zulu, Goodwill Zwelethini.

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