São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 1994
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Japão pode atingir ponto crítico em novo reator de fissão nuclear

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Hoje um novo tipo de reator nuclear –o "Monju", desenvolvido no Japão– deve atingir o ponto crítico –a partir do qual a máquina se torna auto-sustentável.
Será a última fase da preparação para que o reator de US$ 5,45 bilhões entre em operação.
"É um novo tipo de reator e precisamos fazer mais testes", disse Takaharu Murata, porta-voz da Power Reactor and Nuclear Development Corp., empresa que fez o reator.
A maioria dos países havia desistido de testar a tecnologia usada no reator, conhecida como alimentação rápida, por considerá-la cara e difícil.
A Europa e os EUA investem em pesquisas de fusão nuclear, que libera energia pela união de núcleos de átomos.
O "Monju" não trabalha com união, mas com divisão de átomos. Ele queima plutônio refinado (subproduto de reatores nucleares comuns) e produz ainda mais plutônio.
A partir de hoje, os nêutrons liberados nessa reação de fissão deverão ser suficientes para provocar outras reações iguais em cadeia. É o chamado ponto crítico.
Antes que turbinas possam ser conectadas ao "Monju", em abril de 1995, serão necessários testes adicionais. Até o final de 1995, ele pode estar gerando energia.
Se tudo correr bem, a partir de 2020 pode estar disponível uma versão comercial do reator.
O programa japonês causou ansiedade. Ao contrário do combustível dos reatores convencionais (urânio), o plutônio desses reatores pode ser usado diretamente na fabricação de uma bomba nuclear rudimentar.

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