São Paulo, quarta-feira, 6 de abril de 1994
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Para quercistas, houve traição

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A disposição do senador José Sarney (PMDB-AP) em disputar a Presidência é vista como uma traição pelos quercistas. Segundo eles, Sarney assegurou a Orestes Quércia que não seria candidato.
No ano passado, durante o "retiro" de Quércia, Sarney e o ex-governador de São Paulo conversavam com frequência. Em fevereiro, em almoço na casa de Quércia, Sarney disse que não seria candidato.
Os ex-governadores Íris Rezende (GO) e Jader Barbalho (PA) estavam presentes. Na ocasião, Quércia informou que disputaria a sucessão de Itamar Franco.
A conversa foi relatada por Quércia a um grupo de 18 senadores do PMDB na semana retrasada, em um jantar na casa do senador Ronan Tito (PMDB-MG), em Brasília.
Os senadores questionaram se Quércia havia consultado lideranças do partido antes de lançar sua candidatura. Ele respondeu que conquistara apoios importantes, inclusive o de Sarney.
Só ontem é que o ex-presidente telefonou para Quércia e disse que iria disputar as prévias do PMDB. Com esse quadro, os quercistas já preparam a reação.
A estratégia é tentar evitar a realização das prévias e levar a decisão para a convenção, onde Quércia tem certeza da vitória. A definição sobre as prévias será tomada hoje, em reunião do Diretório Nacional.
Os quercistas irão argumentar que o PMDB não está estruturado o suficiente para realizar as prévias até 8 de maio, data sugerida pelo Conselho Político do partido, mas sabem que dificilmente irão conseguir evitar a realização da eleição interna.
Se as prévias forem aprovadas, os quercistas irão partir para campanha interna. Para isso, o ex-governador irá acionar prefeitos e vereadores, seus tradicionais aliados.
O objetivo é mostrar ao partido que a candidatura de Quércia é a única capaz de aglutinar a base do PMDB.

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