São Paulo, quarta-feira, 6 de abril de 1994
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Corpo é achado em quintal de casal morto

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Técnicos do IML de Santos e do Instituto de Criminalística desenterraram ontem um corpo do quintal da casa da estudante Andréia Gomes Pereira Amaral, 20.
Ela está presa desde que confessou, na madrugada de domingo, ter mandado matar os pais, Antonio Silva Amaral, 53, e Deolinda Gomes Pereira Amaral, 42. O autor dos crimes foi o namorado, D.L.C., 17, que também confessou.
A garota, que cursava o segundo ano de direito em Santos, disse que mandou matar o pai porque ele era violento e não permitia o seu namoro. Como exemplo da violência, ela afirmou à sua advogada, Jeanette Profeta Guimarães, que o pai teria matado um filho prematuro de sua mãe e depois o teria enterrado no jardim de casa.
Com o relato da advogada, a polícia de Santos foi ao local acompanhada de peritos do IML e Instituto de Criminalística. Os perito encontraram o corpo enterrado no jardim. Eles dizem querer aguardar o laudo necroscópico do cadáver para determinar se realmente se trata de corpo humano, sua idade e sexo.
A advogada disse que Deolinda teria dado à luz uma criança há seis meses. "Foi um parto prematuro feito na casa da família", afirmou. Segundo ela, com base na versão da garota, Amaral teria estrangulado a criança e a mãe teria enterrado o filho.
A advogada afirmou que este teria sido o oitavo filho morto de Deolinda. Os outros teriam sido abortados, a mando de Antônio.
A advogada disse, ainda, que Andréia foi estuprada duas vezes pelo pai, aos 15 e 16 anos.
Aos 17, Andréia teria ficado grávida de um namorado. "O pai deu socos e pontapés e a menina abortou no banheiro da casa", relatou a advogada.
Guimarães não quis adiantar que linha de defesa seria empregada. Ela se recusou a comentar a hipótese de alegar que Andréia é incapaz mentalmente.
Ela disse que resolveu se oferecer como advogada de Andréia "por absoluto abandono do caso por parte da família da menina". O seu primeiro contato com a acusada foi ontem, quando conversaram por três horas. Os corpos de Antonio Amaral e Deolinda Amaral foram enterrados ontem em Santos.

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