São Paulo, quarta-feira, 6 de abril de 1994
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Vacina pode prevenir câncer intestinal

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

Cientistas britânicos anunciaram ontem em Londres terem desenvolvido um novo anticorpo contra o câncer nos intestinos que pode levar à produção de uma vacina contra a doença.
É o tumor que mais mata no Ocidente, depois do câncer de pulmão.
O tratamento foi criado por dois médicos da Universidade de Nottingham (norte do Reino Unido), Lindy Durrant e Adrian Robbins.
Ele já se mostrou eficaz no retardamento do câncer. Produz anticorpos específicos que atacam proteínas encontradas apenas na parte externa das membranas de células cancerosas, destruindo-as.
Ao contrário dos outros tratamentos contra o câncer, ele não causa efeitos colaterais, segundo o anúncio do grupo Campanha de Pesquisa sobre o Câncer.
"Eles (os cientistas) acreditam que o tratamento pode impedir o avanço da doença e até vacinar pessoas sob risco de desenvolvê-la", afirma o comunicado do grupo.
O tratamento da doença geralmente envolve quimioterapia, que causa graves efeitos colaterais no paciente. A ausência de efeitos colaterais é em si já um grande avanço do novo tratamento.
"Nós acreditamos que esta é uma descoberta maravilhosa que pode aumentar a taxa de sobrevivência (entre os doentes de câncer de intestino), sem os efeitos colaterais associados à quimioterapia convencional", disse um dos cientistas.
Outra diferença do novo tratamento é que ele foi desenvolvido a partir de anticorpos humanos, e não de camundongos.
Uma empresa de biotecnologia de Nova York, a ImClone Systems Inc, assinou um contrato de parceria com o grupo para desenvolver uma vacina, que pode ser produzida em cinco anos.
Pulmão
Pesquisadores do Centro de Investigação para o Câncer, no Japão, isolaram um gene ativo em pacientes com câncer no pulmão.
Segundo o cientista Nagoya Takahashi, a formação dos tumores pode depender do gene, que estava ativo em 14 dos 30 pacientes estudados com câncer de pulmão.
Takahashi disse que o gene provavelmente não deve ser responsável pelo aparecimento do câncer, mas sim por seu crescimento.

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