São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Milton Nascimento grava clipe em usina siderúrgica

Produção de aço serve de cenário para musical do cantor

AMAURY RIBEIRO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TIMÓTEO (MG)

Erramos: 09/04/94

Diferentemente do que afirma a reportagem, algumas das cenas do musical foram feitas nas instalações da MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), que é a empresa acusada de agressão e não na Acesita.
Milton Nascimento grava clipe em usina siderúrgica
A indústria siderúrgica Acesita serviu de cenário para o videoclipe que o cantor Milton Nascimento gravou ontem. Ele gravou a música "Clube da Esquina 2" para seu último disco "Angelus".
O clipe estreará em várias emissoras de TV do mundo a partir do dia 24 deste mês.
"A música 'Clube da Esquina 2' fala da evolução do homem e o processo de produção do aço passa a imagem de algo modável.
Daí a escolha da usina para a gravação", disse o cantor. O clipe, com duração de seis minutos, utilizou os próprios operários da empresa como figurantes.
Os cerca de 1.300 operários do setor de laminação e alto-forno, onde foram gravadas as imagens, se aglomeravam à procura de autógrafos do cantor.
Trajando boné marrom e blusa e camiseta beges, Milton teve de enfrentar barulho e um calor de mais de 50 graus.
O clipe, dirigido pelo videomaker Éder Santos, da produtora Emvídeo, traz Milton cantando com o ferro-gusa incandescente como pano de fundo.
Nem mesmo as faíscas que voavam a uma distância de até 30 metros levaram o cantor a trocar o boné por um capacete de segurança da empresa.
Milton foi o único entre todas as pessoas que compareceram à gravação a não utilizar o capacete. Durante a gravação, Milton permanece praticamente estático.
Segundo Éder Santos, o musical é dividido em três partes. "A primeira, a que aparecem as crianças num lago de lama, representa a infância. A segunda, feita numa mineração, representa o homem, e a terceira na siderúrgica, representa a multidão, porque o aço concentrado dá a idéia de multidão", disse Santos.
O clipe começou a ser gravado anteontem em Timóteo, sede da Acesita, que é uma empresa acusada pelos ambientalistas de destruir a Serra do Curral, uma das áreas mais devastadas de Belo Horizonte, para a obtenção de minério de ferro, matéria-prima para a produção de aço.
A imprensa não teve acesso ao primeiro dia de gravação. "Temos que mostrar tudo. O que é bom e o que é ruim", disse Milton ao justificar a escolha do cenário.

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