São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Todos os jornais do país podem usar os símbolos oficiais da Copa de 94

DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum veículo de comunicação do mundo tem o direito de usar com exclusividade os símbolos oficiais da Copa do Mundo dos EUA. Na semana passada, o jornal "O Estado de S.Paulo" atribuiu-se uma suposta condição de "jornal oficial da Copa", tendo direitos exclusivos de utilização do logotipo da Copa e do mascote oficial "Striker" no Brasil.
A cessão dos "direitos de exclusividade" foi feita pela empresa Exim Comércio Exterior Ltda., licenciada para comercializar os símbolos da Copa. Esta licença é local, restrita a países da América Latina.
Ontem, dois representantes de outra empresa credenciada junto à Time-Warner, organizadora da Copa, estiveram em São Paulo. Eles pertencem à Time Capsule Marketing Inc., que pode comercializar os símbolos do Mundial internacionalmente.
O argentino Julius Caesar, um dos representantes da Time Capsule, disse que a Time-Warner estranhou a "exclusividade" de "O Estado de S.Paulo".
"O interesse da Time-Warner é que o logotipo e o mascote da Copa sejam divulgados mundialmente e por isso não pode haver nenhuma restrição ao seu uso em veículos de imprensa. Os produtos de mídia são os únicos que não necessitam de autorização para usá-los", afirmou.
A Exim tem o direito de licenciar empresas que queiram usar os símbolos da Copa em seus produtos –como fabricantes de bonés e camisetas, por exemplo. Mas, segundo Julius, não pode ceder exclusividade a ninguém. Se três fabricantes diferentes de bonés quiserem confeccionar seus produtos com os símbolos oficiais, podem fazê-lo, desde que comprem os direitos.
Outra empresa brasileira autorizada a comercializar o logotipo e a imagem do mascote é a Free Port Comercial e Importadora Ltda.
Como seu credenciamento foi feito junto à Time Capsule, a Free Port pode autorizar a fabricação de produtos oficiais da Copa também para exportação.
Em sua edição de 29 de março, "O Estado de S.Paulo" diz que foi "escolhido como o jornal oficial da Copa do Mundo e, entre todos os periódicos do país, apenas nas suas páginas o Striker poderá ser encontrado".
Ana Maria Kasmanas, diretora-executiva da Exim, que cedeu os "direitos" ao jornal, foi procurada pela Folha ontem em seu escritório às 18h30. Os dois telefones da Exim estavam conectados a secretárias eletrônicas e não houve retorno da ligação até as 20h.

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