São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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FIA aumenta suspensão de Irvine para 3 GPs; Jordan procura piloto

FLAVIO GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu ontem ampliar a punição ao piloto Eddie Irvine, da Jordan, por considerá-lo culpado pelo acidente envolvendo quatro carros no GP Brasil de Fórmula 1, no último dia 27.
O irlandês, que havia sido multado em US$ 10.000 e suspenso por uma corrida, teve sua superlicença (a "carteira de motorista" de pilotos de F-1) cancelada até o dia 16 de maio. Ele fica fora dos GPs do Pacífico (dia 17 de abril em Aida, Japão), San Marino (1º de maio em Imola, Itália) e Mônaco (15 de maio). Só volta na Espanha, em 29 de maio.
A decisão foi anunciada no julgamento da apelação que a Jordan fez à FIA logo depois da corrida de Interlagos. Os quatro comissários que analisaram a questão assistiram ao vídeo do acidente, na 36ª volta da prova, e concluíram que Eddie foi o responsável.
Segundo eles, Irvine forçou o holandês Jos Verstappen, da Benetton, a jogar seu carro na grama. Verstappen perdeu o controle, atravessou a pista e acertou, além de Eddie, a Ligier de Eric Bernard e o McLaren de Martin Brundle.
O argumento da Jordan era de que Brundle estava muito lento na Reta Oposta e Bernard, ao se aproximar, freou de repente. Irvine, logo atrás, desviou seu carro para a esquerda para evitar um choque com o francês. Ele não teria visto Verstappen, que vinha para ultrapassar os três, porque estava com o espelho retrovisor desregulado.
Como consolo, a FIA retirou a multa de US$ 10.000 aplicada pelos comissários esportivos no Brasil. Eddie Jordan, dono da equipe, disse que seu piloto foi "crucificado". "Uma corrida de suspensão já era muito, e por isso apelamos. Esperávamos um julgamento justo. Estamos perplexos."
Rubens Barrichello, companheiro de equipe de Irvine, considerou a punição "uma sacanagem". "Pela TV fica claro que o Brundle provocou tudo. Se o Eddie recebeu três corridas de suspensão, Brundle deveria pegar seis", falou.
A Jordan ainda não decidiu quem será seu segundo piloto nas próximas três etapas do Mundial. Rubinho disse que a equipe vai procurar alguém experiente. O italiano Riccardo Patrese, recordista de participações em GPs, está desempregado e é o que mais se encaixa nesse perfil.

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