São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Lula busca apoio de pequenos empresários

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O virtual candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, está procurando atrair o apoio dos pequenos e médios empresários com um discurso de ataque aos grandes grupos empresariais.
Em encontro na noite de anteontem com 120 pequenos e médios empresários paulistas, Lula debateu o seu projeto de governo e tentou associar a candidatura de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) às grandes empresas.
O jantar foi organizado pelo empresário Oded Grajew, do grupo de apoio ao PT, e foi realizado no buffet Miragi, no bairro da Móoca (zona Leste de São Paulo). O candidato do partido ao governo de São Paulo, José Dirceu, também participou do encontro.
Segundo Lula, um virtual governo do PT pretende ampliar as chances de participação de pequenos e médios no mercado.
Isso aconteceria, de acordo com exemplo citado por Lula e Dirceu, a partir do desmantelamento de cartéis (acordo entre grandes empresas para controlar um determinado setor do mercado) e mudanças no modelo de cobrança de impostos.
"Os grandes sonegam mais e todos pagam por isso", disse o candidato à Presidência.
Lula enfrentou muitos questionamentos dos companheiros de jantar (veja quadro nesta página).
Vitor Steola, diretor do Sindipeças (Sindicato da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), criticou as recentes ações da CUT.
"A greve no setor de peças tem a clara intenção de desestabilizar o plano do ex-ministro Fernando Henrique, principal adversário do PT", disse a Lula. O petista negou que as greves da CUT tivessem caráter eleitoral.
O encontro começou às 20h40 e só terminou no início da madrugada de ontem, às 0h30. O PT pretende realizar uma série de reuniões desse tipo com os pequenos e médios empresários da região metropolitana de São Paulo e do interior do Estado.
Desde que iniciou a sua campanha, ainda no ano passado, Lula já compareceu também a jantares com representantes de grandes grupos empresariais. A receptividade, segundo avaliação do próprio PT, é menos desfavorável entre os pequenos e médios.

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