São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994 |
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Brasil ganha empréstimo e não usa
SÉRGIO MALBERGIER
Segundo artigo ontem do jornal "The Guardian" (um dos mais importantes do Reino Unido), apenas US$ 28 mil dos US$ 6 milhões liberados em 1989 foram usados e o Brasil teve de pagar multas ao Banco Mundial por não usar o dinheiro. Para o jornal, o não-aproveitamento das verbas se deve em parte à "alta rotatividade" de ministros do governo Itamar Franco. A Oxfam é uma das maiores organizações benificentes da Europa e coleta fundos para a ajuda de países pobres. Whitehead disse à Folha que a "falta de comprometimento" do governo brasileiro com a proteção dos índios ameaça a concessão de novos créditos para programas assistenciais no Brasil. Folha - A sra. acha que o governo brasileiro é culpado pelo não-uso das verbas? Christine Whitehead - Sim, eu acho. Por causa de todos os problemas políticos, a mudança de governo e também a dificuldade de se trabalhar com a burocracia brasileira. Acho também que não há compromisso suficiente do governo brasileiro em adotar posições mais ativas em relação à população indígena. Folha - Isto pode representar uma ameaça a outros programas de ajuda ao Brasil? Whitehead - O problema é que o governo brasileiro parece não estar cumprindo as determinações para obter o empréstimo do Banco Mundial. Os governos europeus esperavam um maior comprometimento do governo brasileiro. Funai O presidente da Funai (Fundação Nacional do índio), Dinarte Nobre de Madeiro, confirmou ontem à Folha que o governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, tomou emprestados dos Banco Mundial "mais de US$ 6 milhões" para investir na assitência à saúde indígena. "Mas quem responde pelo dinheiro é o Ministério da Saúde", disse Madeiro. A reportagem da Folha tentou localizar, sem sucesso, até as 20h, o ministro da Saúde, Henrique Santillo. Segundo o presidente da Funai, a entidade recebeu ano passado apenas CR$ 18 milhões. "Este ano assinamos um convênio no valor de CR$ 196 milhões", disse Madeiro. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Escreveu, não leu... Próximo Texto: Chanceler britânico defende colaboração Índice |
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