São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994 |
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Documento não cita ministros de tribunais superiores, diz procurador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O procurador-geral de Justiça do Rio, Antônio Carlos Biscaia, avisou ontem ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) que nenhum de seus membros é citado na documentação apreendida no escritório do bicheiro Castor de Andrade.A notícia de que Biscaia descobrira ligações do jogo do bicho com ministros dos tribunais superiores havia causado indignação entre os magistrados, que exigiram a divulgação dos supostos nomes envolvidos. Biscaia mandou ofícios, aos presidentes do STF, Octávio Gallotti, e do STJ, William Patterson, isentando as duas instituições de qualquer suspeita. Os outros tribunais superiores –eleitoral, militar e do trabalho– não costumam julgar processos relacionados à contravenção. Antes de chegarem os ofícios, o vice-procurador-geral da República, Moacir Antônio Machado da Silva, antecipou que não estava confirmado o envolvimento de membros dos tribunais com banqueiros do jogo do bicho. Pela manhã, Machado conversou por telefone com Biscaia. Queria detalhes sobre a suposta descoberta de nomes de ministros do Judiciário na lista de propinas de Castor de Andrade. "Ele não garantiu que existam membros dos tribunais superiores citados nominalmente", disse Machado. O vice-procurador afirmou que solicitou de Biscaia a remessa da lista completa dos supostos envolvidos para Brasília. Machado fez o pedido em nome do presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), que está preocupado com a inclusão de deputados federais na lista. A Procuradoria Geral da República também quer ter acesso aos documentos para examinar. Segundo o vice-procurador-geral, a procuradoria pode abrir inquérito para investigar as relações de bicheiros com os funcionários e as autoridades federais citadas na lista de Castor de Andrade. Caso as informações levantadas por Biscaia sejam suficientes, acrescentou Machado, a procuradoria pode dispensar o inquérito e propor diretamente uma ação penal contra os implicados. Texto Anterior: Exército estuda intervenção Próximo Texto: Darcy Ribeiro apóia 'doações' Índice |
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